Ao fazer uma faxina na casa da mãe, uma catarinense de São Bonifácio, na Grande Florianópolis, encontrou no guarda-roupa uma velha mala de couro cheia de dinheiro. Porém, as cédulas eram de diferentes planos econômicos: cruzados, cruzeiros, cruzados novos, que atualmente não tem mais valor monetário.
De acordo com a Mirta da Silva, o dinheiro foi acumulado pelo avô e ficou guardado por décadas. "Eu fiquei bastante indignada. Não podia ser verdadeiro esse dinheiro? Porque eu precisava mesmo. Por que tinha que ser velho?", disse ela.
Conforme as netas, o avô, Nicolau, era um comerciante, na época um dos homens mais ricos da cidade, mas não costumava compartilhar o que recebia. "A gente dizia: 'dá um dinheirinho pra mim?'. 'Nada, nada, nada disso ele dizia'. 'Vovô não tem dinheiro, fatha não tem", ele dizia", lembra Lia Scheiner, outra neta de Nicolau. Segundo ela, o valor é equivalente a mais de um milhão de cruzeiros e milhares de cruzados.
Porém, conforme o economista João Sanson, o valor atualmente equivaleria a menos de um centavo. "Em um período que a gente teve inflação até de 2 mil porcento no ano, então dá pra ver como o dinheiro foi corroído em termos de poder de compra'", explicou ele.
Como a herança do avô não vale mais nada, Mirta resolveu doar as cédulas velhas para o município. "Vamos catalogar, registrar como patrimônio do Museu, no acervo, e as cédulas vão ser expostas", afirmou Rosane Schaden, coordenadora do Museu de São Bonifácio. Para Mirta, cada vez que olhar para as notas vai se lembrar do avô. "Olha só quanto dinheiro! Se fosse de verdade, eu poderia ficar rica", ri ela.
Fonte: Com informações do G1/ Por: Manoel José / http://180graus.com
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