Enfrentar os números da distorção na relação da idade e série do alunado depende de uma decisão de Estado, segundo o professor de Filosofia da Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), José Francisco de Melo Neto. Para o pesquisador, é inconcebível que no país haja crianças de dez anos fazendo a alfabetização. “É preciso uma decisão de Estado muito além do que uma decisão de governo de priorizar a educação e garanti-la a partir do segundo ano de vida”, disse.
José Francisco de Melo Neto atribui essa distorção a um conjunto de fatores. Na gênese do problema estão a influência da família que, em geral, não tem um histórico de vida escolar, a falta de oferta do ensino gratuito integral, a garantia do ingresso no ensino a partir dos dois anos nas creches. “Não há escola boa de um turno, nem mesmo as particulares, sobretudo, até o 4º ano do ensino fundamental. Pode parecer idealização, mas é perfeitamente possível que além de ser integral, a escola tem que saber o que houve quando o aluno falta à aula porque é esse fato isolado que pode gerar a evasão”, frisou.
O maior desafio diante dessas taxas, segundo a presidente do Conselho Estadual de Educação, Janine Marta Coelho, é que diante do número alto de evasão há um inchaço nas séries iniciais. “É preciso parar de culpabilizar o aluno pela evasão escolar. Diante desses números temos a oportunidade de resgatar a escolaridade desses jovens até porque essa evasão tem um lado negativo: ela incha o período do ensino fundamental”, reforçou. http://www.uirauna.net
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