Um ano após o anúncio de uma linha de crédito especial de R$ 18,7 bilhões para que beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida pudessem adquirir móveis, eletrodomésticos e eletrônicos a taxas de juros subsidiadas, a Caixa Econômica Federal registrou demanda quase sete vezes menor que o valor disponibilizado pelo governo. Até 12 de junho de 2014, data de aniversário do programa Minha Casa Melhor, foram contratados R$ 2,75 bilhões nos cartões distribuídos a 551,9 mil famílias. Deste valor, R$ 1,9 bilhão foi de fato gasto nas lojas. Nem todos os R$ 18,7 bilhões poderiam ter sido efetivamente contratados, pois apenas 1,7 milhão de famílias já receberam as chaves, exigência para pedir o cartão. Mesmo assim, segundo a Caixa, só um terço das famílias que entraram nas casas do programa habitacional solicitou o financiamento. É provável que boa parte das que já haviam recebido a moradia antes da nova linha tenha preferido não recorrer ao crédito para renovar os eletrodomésticos. A demanda pelos recursos do Minha Casa Melhor foi bastante acelerada no período posterior ao anúncio do programa, mas depois perdeu força. "A utilização realmente está arrefecendo, e isso tem respaldo no que está acontecendo na economia", diz a economista Mariana Oliveira, analista setorial da Tendências Consultoria. Além da redução na demanda, Mariana afirma que os números de um ano de programa frustraram as expectativas. "A confiança do consumidor retrata isso. O crédito é um investimento, e a decisão acaba sendo impactada, ainda que seja um crédito facilitado", acrescenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. por Idiana Tomazelli e Murilo Rodrigues Alves
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