O Abrigo São Francisco de Assis, que em novembro completará 58 anos de funcionamento em Itabuna, está enfrentando sérias dificuldades financeiras, sobretudo após o atraso de 90 dias na verba federal. Boa parte das despesas fixas da entidade é mantida com tal recurso, em torno de R$ 5.800 mensais. Um co-financiamento entre Prefeitura e Governo do Estado, cuja renovação é anual, sempre foi outra fonte de recursos para o Abrigo. De acordo com a presidente da entidade, Mary Kalid, foram encaminhados os documentos a quem de direito, mas até o momento, não mandaram de volta assinado. Em 2012, por exemplo, tal parceria garantia uma verbal de R$ 2.500. No ano seguinte, foi reduzida para R$ 1 mil, sendo que o pagamento só foi feito a partir de outubro, em duas parcelas de R$ 6 mil. "Estamos há três meses sem pagar INSS e fornecedores. O abrigo está sendo mantido com o benefício dos idosos, usado para pagar os salários dos 30 funcionários, e doações da comunidade em geral e de entidades assistenciais, que realizam campanhas de fraldas geriátricas, alimentos, material de limpeza... Graças a Deus, a comunidade é muito presente", resumiu a presidente.
A administradora de entidade, Denise Maria da Hora, disse que há dois talões de energia pendentes, sendo cada um de R$ 1.500,00, além de estar atrasado o pagamento de fornecedores. A casa também está precisando de fraldas geriátricas (tamanhos M e G) – são necessárias 50 por dia – e material de limpeza em geral. Ela reconhece que a comunidade contribui muito com a doação de cestas básicas, na parte de alimentos não perecíveis. Entretanto, os demais custos, bem como os salários dos 30 funcionários, são mantidos tanto com a verba que vem do Governo Federal como através das aposentadorias dos idosos. E as contas são altas. "É pão, leite, frutas, verduras, remédios, isso pega. São dois mil reais de carne por mês; 1.500 de frango; 800 de leite...", enumerou. Atualmente, 74 idosos vivem no local. Além de Itabuna, tem internos vindos de vários municípios da região, como Canavieiras, Eunápolis, Itajuípe, Ilhéus, Ubaitaba e Uruçuca. A maioria é levada pelos familiares e alguns por assistentes sociais. Em torno de 50%, segundo Denise, não mantêm mais contato depois de deixar o parente no Abrigo. "A ponto de o paciente vir a óbito e nós não conseguirmos falar com a família para avisar", exemplificou. Mary Kalid informou, ainda, que a direção está fazendo um levantamento para encaminhar ao prefeito Claudevane Leite e ao secretário de Assistência Social, José Carlos Trindade. O estudo irá esclarecer, detalhadamente, a situação financeira. Para além das necessidades já elencadas, acrescentou ela, as enfermarias e a parte elétrica do Abrigo estão precisando de reforma. O Abrigo São Francisco de Assis está localizado na rua Aroeira (uma das transversais da avenida itajuípe, s/n.
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