Não tem jeito. Se tem um aparelho particularmente atraído pelo chão, este é o celular. Um segundo de desatenção e o resultado é uma tela rachada ou um chassi amassado. Para atender os donos de aparelhos que passaram por um traumas desses --acredite, é um trauma--, a Brused, que já comprava eletrônicos usados da Apple, mas em boas condições, vai passar a aceitar também os dispositivos com defeito. “Às vezes, a pessoa não quer arrumar, só quer vender rápido. A gente vai atacar esse público”, afirma Bruno Henrique Fuschi, cofundador da Brused. Segundo ele, as compras começarão entre o fim de julho e a segunda quinzena de agosto. A startup funciona há sete meses comprando e revendendo iPhones, iPods, iPads e Macs usados. O valor pago para os smartphones da Apple pode variar de R$ 410 a R$ 1.980, dependendo do modelo e das configurações dele. Para o tablet, os preços giram entre R$ 460 e R$ 1.420.
Para receberem uma proposta, feita pelo Brused após avaliação, o aparelho deve ser enviado à empresa pelo Sedex --o frete é reembolsado, incluído no valor pago. Para iPhones, iPods e iPads, é possível conferir o preço sugerido no site da startup. As propostas pelos Macs são feitas depois de o vendedor enviar dados do computador à empresa. Já os valores pagos para dispositivos quebrados serão menos generosas. Isso vai depender do nível do defeito. “Um trincado na tela de um iPhone 4 ou 4S desconta R$ 210. Em um iPhone 5, 5c ou 5s, desconta um pouco mais. Em um iPad a mesma coisa”, explica Fuschi.A Brused, porém, não aceitará todos os aparelhos com problema. “Não vão ser todos os defeitos. Alguns não são corrigíveis”, comenta Fuschi. Na lista de problemas técnicos que não podem ser solucionados estão os hardware (como os que impedem o funcionamento do Wi-Fi e do 3G e os de curto circuito em placa) e até alguns de software (uma atualização do iOS 7 faz com que o iPhone 4S não seja mais capaz de localizar o Wi-Fi).
Isso porque porque a compra de dispositivos usados é apenas a primeira parte do negócio da Brused. A segunda é a revenda desses aparelhos. Segundo Fuschi, nesses sete meses de vida, o número de aparelhos que já passaram pela startup chega a 800. “A gente quer que todo mundo um dia possa comprar seu eletrônico vendendo o usado.”
Para amenizar o receio de quem se incomoda em adquirir um aparelho usado, a Brushed permite um test-drive de 30 dias com o dispositivo. Se houver a devolução, o frete também é devolvido. Para não ser um escoadouro de bens furtados e roubados, a companhia toma alguns cuidados, como checar se o número serial do aparelho está relacionado a algum tipo de queixa de roubo. Para evitar dissabores aos antigos donos, formata os eletrônicos para que os futuros donos não comprem um celular recheado de fotos ou vídeos. Enquanto se prepara para receber aparelhos avariados, a Brushed já traça o que fará a seguir. “Os próximos passos são abrir para mais marcas e outros tipos de produtos, tipo videogames”, diz Fuschi.
Quando começar a comprar aparelhos que necessitam de reparos, a Brushed vai se aproximar da iCracked, uma companhia iniciante norte-americana, que não só adquire dispositivos quebrados como também oferece consertos também. A startup brasileira, porém, prefere não se tornar uma assistência técnica. “A gente prefere ser o melhor no mercado de usados e oferecer uma solução para quem está tentando vender”, diz Fuschi.
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