Chaminé de fábrica lança fumaça em Sydney, Austrália (Foto: Rob Griffith/AP)
A Austrália é um dos países que mais sofre com as consequências do aquecimento global no mundo. Ano após ano, o país enfrenta verões cada vez mais quentes, secas extremas e incêndios florestais que, segundo um estudo recente da Nature, são consequências da ação humana. O clima extremo, no entanto, parece não ser o suficiente para os políticos australianos. O país se tornou, nesta semana, o primeiro no mundo a rejeitar toda uma legislação de combate ao aquecimento global.
Na quinta-feira (17), o Senado da Austrália votou o fim da principal política climática australiana - o imposto de carbono para empresas poluentes. Por 39 votos a 32, os senadores acabaram com a taxa e não colocaram nada no lugar, dificultando as chances do país cumprir sua já baixa meta de redução na emissões, de 5%.
A taxa de carbono sempre foi um assunto espinhoso na Austrália. A lei levou oito anos para ser colocada em prática, passou dois anos em vigor e foi responsável, direta ou indiretamente, pela queda de dois primeiros-ministros. Na última campanha eleitoral, o atual primeiro-ministro, Tony Abbott, prometeu que sua primeira iniciativa seria acabar com a taxa. Apesar de tudo isso, os dados indicam que ela estava funcionando.
A lei previa a cobrança de um imposto de 25 dólares australianos por cada tonelada de carbono emitida por empresas poluentes (1 dólar australiano vale R$ 2,10). Desde que foi colocada em prática, as emissões do setor de energia caíram 11%. No total, a Austrália reduziu em 0,8% suas emissões, a maior queda da sua história. Em contrapartida, os preços da eletricidade subiram, e por isso a taxa enfrentava resistência no país.
O governo ainda acredita que pode cumprir sua meta de 5%. Para isso, Abbott apresentará um plano que está sendo chamado de Direct Action. Esse plano oferecerá insenção fiscal e bônus para empresas que voluntariamente se comprometerem a reduzir as emissões. Ou seja, em vez de cobrar uma taxa das empresas poluentes, a Austrália vai destinar dinheiro dos contribuintes para essas empresas. O plano ainda não está pronto, mas a previsão é de que, para funcionar, o governo precisará de mais de US$ 2,5 bilhões. http://epoca.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário