A presidente Dilma Rousseff se reuniu com representantes do setor varejista nesta quinta-feira e sinalizou que não deve haver novas desonerações da folha de pagamento, afirmaram participantes do encontro realizado em São Paulo.
Na reunião, organizada pelo Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), os empresários levaram três reivindicações à presidente: desoneração da folha de pagamentos do setor, manutenção da jornada de 44 horas semanais de trabalho e a flexibilização dos contratos de trabalho.
Dilma sugeriu aos empresários que as desonerações de folha já realizadas serão mantidas, mas que não há espaço para novas, de acordo com o ministro da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos.
"Os (setores) já contemplados, sim, (será mantida a desoneração), porque isso é importante para o emprego", Afif disse a jornalistas, acrescentando que a atual situação fiscal do país não deixa espaço para novas desonerações.
"Nós temos que mitigar a posição para não termos perda de arrecadação devido ao equilíbrio orçamentário, que tem que ser mantido a ferro e fogo", acrescentou.
Dilma também teria sinalizado aos varejistas ser favorável à atual jornada de trabalho de 44 horas semanais, contrariando a demanda das centrais sindicais, que pedem uma redução da carga horária de trabalho.
O argumento, segundo Afif, é que a medida não se faz necessária em um cenário de quase pleno emprego como o atual. Segundo o ministro, será feito um estudo sobre a questão da contratação em "part time", que são vagas com uma carga horária menor e mais flexível.
O presidente do IDV, Flavio Rocha, se disse satisfeito com o encontro com Dilma.
"Foi demonstrada total sensibilidade", disse a jornalistas. "Achamos que a presidente mostrou sensibilidade para essa questão fundamental do custo-Brasil, de reinserir nas raias do jogo competitivo." Reuters
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