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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pesquisadores conseguem reverter mancha de vitiligo em camundongos

Mariana Lenharo/Do G1, em São Paulo
Mãos de paciente com vitiligo, que apresentam manchas brancas (Foto: John E. Harris, MD, PhD/Divulgação )

Uma nova estratégia para combater o vitiligo, testada com sucesso em camundongos, pode ser capaz de impedir a progressão da doença e ainda reverter as manchas brancas já presentes na pele. O vitiligo é uma doença autoimune em que as células do sistema de defesa do organismo atacam os melanócitos, células produtoras de melanina (pigmento que dá cor à pele).
Pesquisadores das Universidades de Massachusetts, nos EUA, e da Colúmbia Britânica, no Canadá, identificaram que tanto humanos quanto camundongos com vitiligo apresentavam quantidades elevadas de uma molécula chamada CXCL10. Os roedores que possuíam baixas quantidades dessa molécula desenvolviam formas amenas da doença, com pouca despigmentação.
A conclusão é que essa molécula funciona como uma espécie de "sensor" para ajudar as células do sistema imunológico a encontrar e destruir os melanócitos. Os cientistas testaram, então, anticorpos capazes de bloquear a molécula CXCL10 em camundongos que já tinham a doença. O tratamento não só freou o desenvolvimento do problema, como fez regredir as manchas brancas já existentes. Os resultados foram publicados na revista científica "Science Translational Medicine" nesta quinta-feira (13).
Para o dermatologista David Azulay, chefe do Instituto de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que não participou da pesquisa, o estudo internacional apresenta uma boa perspectiva para o futuro.
"Pelo menos, é uma coisa bem mais específica do que os tratamentos gerais que se fazem hoje em dia. Nesse caso, mira-se um alvo que pode realmente ser um grande causador. Mas não necessariamente o causador em todos os casos."

Diagnóstico
O vitiligo é identificado quando o paciente apresenta as primeiras manchas brancas na pele, que podem aparecer em qualquer parte do corpo. De acordo com Azulay, o diagnóstico é essencialmente clínico, não sendo necessários exames adicionais. Além das manchas, não há outros sintomas físicos.
Segundo Azulay, existem várias estratégias de tratamento, mas nenhuma garante resultados definitivos.
"A repigmentação pode ocorrer mediante vários tratamentos, sobretudo em áreas como o rosto e as nádegas. Sobre proeminências ósseas, como as mãos, a resposta tende a ser fraca", diz o dermatologista.
Entre os tratamentos atualmente adotados, estão a fototerapia (estímulo pela luz) e os tratamentos tópicos, que envolvem a aplicação de pomadas associadas a corticoides. Para o médico, como existem várias causas possíveis associadas ao vitiligo, é improvável que uma única estratégia, como a descrita pelo estudo, tenha bons resultados para todos os pacientes.
Áreas de repigmentação na orelha de camundongo com vitiligo (Foto: John E. Harris, MD, PhD/Divulgação) http://g1.globo.com/

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