Do UOL, no Rio
William Bonner lê editorial divulgado pela Rede Globo sobre a morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade
O "Jornal Nacional" desta segunda-feira, 10, terminou de luto pelo cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, de 49 anos, que morreu nesta segunda-feira após se atingido por um rojão durante uma manifestação no Rio de Janeiro na quinta-feira, 6.
Ao fim do telejornal, os créditos seguiram sem som e os câmeras do programa homenagearam o colega de profissão com aplausos.
Durante o telejornal, William Bonner leu o editorial divulgado pela Rede Globo sobre a morte do cinegrafista.
"Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, é a sociedade. Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores que os outros profissionais. Mas é essencial numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. Sem cidadãos informados, não existe democracia", dizia parte do texto.
Bonner disse ainda que pequenos grupos acrescentaram violência às manifestações que ocorrem no país desde o ano passado.
" A cada nova manifestação passaram a hostilizar jornalistas e profissionais, foi uma atitude autoritária porque atacou a liberdade de expressão..."
No mesmo dia em que foi ferido, Andrade passou por uma neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a pressão intracraniana. Além do afundamento de crânio, ele perdeu parte da orelha esquerda. Santiago não resistiu e teve a morte cerebral confirmada nesta segunda-feira.
Cinegrafista da Band é ferido por explosivo na cabeça, durante ato na Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. O objeto explodiu muito perto da cabeça do repórter cinematográfico, que sofreu um afundamento do crânio
Em entrevista à "TV Globo", a mulher do cinegrafista, Arlita Andrade, diz que não consegue perdoar os responsáveis pela morte. "Perdoar? Meu marido está indo embora, eles destruíram uma família. Uma família que era unida, muito unida mesmo", afirmou.
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