Em fevereiro, 25 mil pessoas no país deixaram de ser empregados domésticos, e, em 12 meses, foram 133 mil empregadas a menos nos lares brasileiros. Ao mesmo tempo, o rendimento da categoria aumentou em fevereiro 1,5% na comparação com janeiro e 7% em relação a fevereiro de 2012.
Foi o grupo de trabalhadores que registrou o maior aumento de rendimentos, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (28).
Cimar Azeredo, coordenador da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, explica que o recuo do número de domésticas no mercado nada tem a ver com a PEC das Domésticas, aprovada em segundo turno no Senado na terça-feira (26), uma vez que a pesquisa é relativa ao mês de fevereiro, mas sim, retrata uma tendência que vem sendo verificada desde o ano passado.
Para o coordenador, o acesso à educação tem levado as jovens, que tradicionalmente não teriam muitas opções de trabalho, além do doméstico, a se candidatarem a empregos mais qualificados. A alta demanda e a pouca oferta fez os salários das domésticas registrarem ganhos não verificados em outras categorias, explicou Cimar.
Segundo o pesquisador, a taxa de desocupação em fevereiro, de 5,6%, ficou estável tanto em relação a janeiro, quando foi de 5,4%, como comparada a fevereiro de 2012, de 5,7%. Isso quer dizer que a procura por emprego não aumentou. Como o nível de ocupação caiu 0,7% em relação a janeiro, significando que o mercado não conseguiu manter os trabalhadores temporários empregados no fim do ano, aumentou em fevereiro o número de inativos – pessoas que não trabalham nem estão procurando emprego.
Somente no comércio, foram dispensados em fevereiro 141 mil trabalhadores, a maioria em São Paulo (123 mil dispensas), segundo Cimar, reflexo das dispensas de temporários.
Enquanto em fevereiro de 2012 o número de pessoas inativas no país apresentava recuo de 0,5% em relação ao mês anterior, os inativos em fevereiro de 2013 aumentaram 1% em relação a janeiro, significando mais 182 mil pessoas na condição de inatividade. Para Cimar Azeredo, o aumento dos inativos e a queda na ocupação mostram que um cenário econômico não tão aquecido que faz o mercado gerar menos postos de trabalho.
Outro sintoma da economia pouco aquecida, segundo Cimar, é ritmo mais lento do crescimento de empregos com carteira assinada: enquanto nos últimos está menor 2011 (700 mil carteiras) outubro de 2011 setembro de 2010 8,6%.
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