A cerimônia coletiva gratuita que oficializou a união estável de 47 casais homossexuais em São Paulo, na noite de sexta-feira (28), foi organizada pelo governo do Estado de São Paulo, ou seja, por um governo do PSDB. No entanto, o único deputado federal que participou do evento foi Jean Wyllys, do PSOL fluminense.
Estranho? Não para o parlamentar, único defensor da causa LGBT no Congresso. Para Wyllys, não há nenhuma surpresa em ver tucanos apoiando o casamento gay. "Não acho que seja surpreendente que um governo tucano esteja por trás desta cerimônia. O PSDB nunca fechou as portas para a defesa das liberdades individuais", afirmou. Segundo o deputado, apesar de ser uma vitória ver tantos casais oficializando a união estável, a luta ainda é longa para os homossexuais. "A batalha pelo casamento gay ainda não está ganha", disse o parlamentar, autor de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que mudaria o artigo 226º da Constituição para que o casamento homoafetivo seja assegurado pela lei. Wyllys conta que a resistência na Câmara é grande, já que os deputados não querem ser vinculados à causa LGBT. "Tem muito deputado que acha que os gays querem se casar na igreja. A cerimônia de hoje dissocia o casamento civil do religioso. Nossa luta é pelo casamento civil e para termos assegurados 126 direitos que nos são negados", disse. Para Wyllys, é ainda mais emblemático que a cerimônia tenha sido organizada em um centro nordestino. "Os nordestinos em São Paulo são discriminados e estigmatizados como os gays", afirmou.
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