O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, tem conversado com interlocutores sobre a iminência de ser preso novamente, 44 anos depois de ser exilado do Brasil durante o regime militar, de acordo com o Estadão. Ele é um dos réus da ação penal 470, popularmente conhecida como mensalão, acusado de formação de quadrilha e corrupção ativa. Seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) deve ter início na quarta-feira (3). Embora não tenha dado entrevistas recentemente, ele teria, segundo a publicação, comentado sobre diversas questões ligadas ao processo, como o ministro Dias Toffoli, que advogou para o PT e não se deu por impedido. “É questão da consciência dele. Não há precedentes no Supremo (da suspeição). Senão, o Gilmar Mendes tinha que se declarar impedido em uns dez casos graves que ele votou no governo Fernando Henrique”, afirmou. Ele deve ser condenado por corrupção ativa, com pena de reclusão vai de 2 a 12 anos, acrescida de um terço "se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional", mas pode ser absolvido do crime de formação de quadrilha, com pena de um a três anos. A amigos militantes, ele também tem falado sobre a imprensa. "Os jornais têm todo o direito de ter posição sobre o processo e pedir até condenação, mas eu tenho o direito também de falar que eles (jornais) estão fazendo isso. Não me queixo da imprensa, se quisesse dava entrevista toda semana”, argumentou. Dirceu também nega a existência de mensalão e se indigna com os acusadores. "Eu tive sigilo bancário, telefônico e fiscal quebrado. Passei dois anos sob devassa da Receita. Recebi atestado de idoneidade da Receita. Eu vivi de salário a vida toda. Passou dois meses o Ministério Público entrou com uma ação contra mim por enriquecimento ilícito, agora arquivada no STJ. Como é que pode um País assim, gente? Tem que provar que eu era chefe de quadrilha, provar que eu fiz corrupção, que eu autorizei, eu dei dinheiro. Isso não existe, nem fiz, nem está nos autos”, reclama. BN
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