Nunca antes na história deste país caíram tantos ministros em tão curto espaço de tempo como neste primeiro ano de mandato. Exceto um (Nelson Jobim), que falou demais como que querendo ser convidado para se retirar, os demais foram afastados por causa de desvios de dinheiro público para fins não muito republicanos, expressão muito usada pelos governistas. Nesses casos, os ministros exonerados saíram alegando inocência até agora não comprovada por nenhum deles e, o que é pior, nada se sabendo sobre o retorno aos cofres públicos do dinheiro por eles surrupiado. No primeiro caso apresentado à opinião pública por denúncia na imprensa, o do Ministério dos Transportes, além da exoneração do então ministro Alfredo Nascimento, houve uma espécie de 'faxina' no Dnit, foco do maior volume de 'malfeitos' praticados naquele órgão. Quando outros casos foram denunciados pela mídia em ministérios dirigidos por membros do PT e do PMDB, a 'faxina' limitou-se à saída do titular da pasta. O mesmo aconteceu agora com Orlando Silva, que foi exonerado após denúncia, mas sendo substituído por outro membro de seu partido, o PCdoB, que teria recebido dinheiro de modo também nada 'republicano';
Embora seja um traje feminino, a presidente Dilma Rousseff nos últimos casos tem ficado numa 'saia justa' que não tem lhe caído muito bem. Os ministros defenestrados (que expressão essa!) por 'malfeitos' não coincidentemente foram indicados pelo ex-presidente Lula, algo que muita gente intitula como verdadeira 'herança maldita' deixada para sua pupila e sucessora. Na solenidade de posse do ministro Aldo Rebelo no Ministério do Esporte, os fatos chegaram à beira do deboche. Se Orlando Silva por ser insustentável sua permanência depois das denúncias contra ele - ainda que não provadas - de haver ele próprio recebido propina e de que houve desvios praticados por ONGs dirigidas por militantes do PCdoB, reforçando o caixa 2 do partido e financiando campanhas, além de reforçarem as contas bancárias de uns poucos 'camaradas';
Diante de tudo isso, o deboche fica por conta da afirmação elogiosa da presidente Dilma a Orlando Silva. Qual a razão, então, de ela tê-lo exonerado? Não era para ele continuar, se era tão bom assim? E as afirmação da presidente sobre as qualidades do PCdoB? Como ficará ela se os fatos forem devidamente apurados e a culpabilidade dos 'camaradas' forem confirmadas? A grande realidade é que Dilma é monitorada por Lula e mostra não ter autonomia para afastar as ervas daninhas deixadas por ele no seu ministério. Se não banir os praticantes de 'malfeitos' ficará bem com o ex-presidente, mas a opinião pública olhará para ela com olhos desconfiados. Já se fizer uma rigorosa 'faxina', ganhará grande parcela do eleitorado disposto a mantê-la no poder por mais quatro anos. Mas, é isso que foi combinado com Lula? Só o tempo dirá.De http://pontoetvirgula.blogspot.com/
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