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terça-feira, 1 de novembro de 2011

" É NO BRASIL">Exílio de Freixo causa indignação entre defensores dos direitos humanos

A decisão do deputado Marcelo Freixo de deixar o Brasil após receber ameaças de morte das milícias no Rio de Janeiro suscitou a indignação de defensores dos direitos humanos e mancha a imagem da cidade dois anos antes da Copa de 2014.

Freixo, 44 anos, deputado estadual pelo PSOL e presidente da CPI das Milícias de 2008, foi convidado pela organização de direitos humanos "Anistia Internacional para sair do Brasil e ir à Europa", para um país não divulgado, após uma nova onda de ameaças, declarou nesta segunda-feira à AFP sua porta-voz, Paula Mairan.

Essa comissão parlamentar de 2008 processou 225 pessoas, entre as quais políticos, policiais civis e militares, além de bombeiros.

"Em menos de um mês, o deputado recebeu sete denúncias anunciando que as milícias da região oeste preparavam seu assassinato; por isso, a saída de Freixo do país servirá para garantir sua segurança. Freixo entregou um relatório detalhado" às autoridades com suas denúncias, completou a porta-voz.

Em agosto, a juíza Patrícia Acioli, conhecida por perseguir as milícias, foi assassinada nas imediações de sua casa, em Niterói. A Justiça do Rio emitiu 18 ordens de prisão contra um grupo de milicianos por esse crime.

"É lamentável que um deputado eleito tenha que deixar o país. É muito ruim para o Estado brasileiro, para a democracia e para a imagem do Rio", que será uma das sedes da Copa de 2014 e que acolherá os Jogos Olímpicos de 2016, disse à AFP Gilson Cardoso, porta-voz do Movimento Nacional de Defesa dos Direitos Humanos.

"Sua luta deveria continuar aqui no Brasil, é um escândalo que ele tenha que abandonar suas atividades no país", completou o ativista.

Em 17 de setembro, representantes de diversos partidos políticos e movimentos sociais se reuniram na OAB do Rio para pedir a proteção de Freixo, depois que foi revelado um documento com um plano de atentado contra ele.

Consideradas por muito tempo como um "mal menor" diante da onipresença dos traficantes, as milícias são reminiscências dos esquadrões da morte que perseguiam e assassinavam opositores da ditadura (1964-1985), explicou recentemente Freixo à AFP.

Hoje as milícias substituem os traficantes nas favelas, onde impoem aos moradores o que eles chamam de "proteção", em troca de uma "taxa de segurança", e causam tantas mortes como os traficantes.

Segundo Freixo, o governo do Rio de Janeiro "não tem vontade política para combater as milícias que conseguiram eleger muita gente" e têm, portanto, tanto poder político, disse o deputado.

Freixo partirá para a Europa por "tempo indeterminado", disse sua porta-voz, que lembrou que o deputado anunciou sua intenção de ser candidato pelo PSOL à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2012. Rio de Janeiro, 31 Out 2011 (AFP)
 

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