Marcha das Vadias, o que é isso?
Formamos parte de um movimento mundial denominado Slut Walk, iniciado em Toronto, no Canadá, em protesto à atitude de um policial que, em uma palestra, advertiu estudantes universitárias da possibilidade de estupro, por estas usarem roupas de “vagabundas” (slut, em inglês). No Brasil, o Slut Walk recebeu o nome de Marcha das Vadias, e está sendo realizado nas principais cidades do país.
Em Itabuna, formamos um grupo aberto composto por mulheres, LGBT e também homens de todas as idades, profissões e classes sociais. Estamos junt@s numa grande mobilização e decidimos também nos denominar VADIAS para denunciar e protestar contra toda sorte de violência que as mulheres sofrem.
Por que as mulheres estão usando um nome considerado pejorativo? Por modismo? Para chocar as pessoas?
Ao longo da história, sempre que transgredimos a submissão imposta nos apontam o dedo:
A CULPA É DESSA VADIA! A VAGABUNDA ME FEZ PERDER A CABEÇA!
O QUE ESSA VADIA QUER? É UMA PUTA MESMO!Nós fomos e somos assim tratadas quando:
- rejeitamos um homem;
- questionamos a imposição de serviços domésticos ou subalternos;
- vestimos uma calça apertada, um decote, uma saia curta; pintamos a unha de vermelho...;
- exigimos os mesmos salários que os homens para desempenhar as mesmas funções;
- engravidamos inesperadamente;
- nos estupram - e tanto o estuprador quanto o policial nos culpam pelo crime;
- nos exploram sexualmente;
- nos encarceram, espancam e assassinam, muitas vezes dentro de nossas próprias casas;
- nos discriminam por sermos lésbicas, bissexuais ou transexuais.
Diante da violência, como a sociedade reage?Como se não bastasse a dor e a humilhação da violência sofrida, o agressor justifica-se alegando que foi incitado a praticar o ato criminoso: “Ela provocou!”. Muitas vezes as pessoas concordam ou lavam as mãos, e o isentam da culpa, considerando, inclusive, essas práticas como naturais. Atitudes desse tipo geram a banalização e impunidade.
Em Itabuna, segundo registros da Delegacia da Mulher, 1052 mulheres foram agredidas em 2011. No Brasil, 150 mulheres são agredidas a cada hora e a cada dia 10 mulheres são mortas.
Esses motivos são suficientemente fortes para a reapropriação da palavra VADIA, positivá-la e fazermos dela uma bandeira, uma marca, uma idéia que combata o fato de que você, sua filha, esposa, mãe, colega, amiga, namorada, irmã, a outra... aqui ou em qualquer lugar do mundo, pode ser violada, em seus direitos e em sua subjetividade, e culpabilizada, simplesmente porque é MULHER.
07 de outubro, às 16 horas, vamos marchar juntas(os) na Av. Cinqüentenário.
Enquanto uma for VADIA, todas serão VADIAS!
COLETIVO DA MARCHA DAS VADIAS DE ITABUNA
Formamos parte de um movimento mundial denominado Slut Walk, iniciado em Toronto, no Canadá, em protesto à atitude de um policial que, em uma palestra, advertiu estudantes universitárias da possibilidade de estupro, por estas usarem roupas de “vagabundas” (slut, em inglês). No Brasil, o Slut Walk recebeu o nome de Marcha das Vadias, e está sendo realizado nas principais cidades do país.
Em Itabuna, formamos um grupo aberto composto por mulheres, LGBT e também homens de todas as idades, profissões e classes sociais. Estamos junt@s numa grande mobilização e decidimos também nos denominar VADIAS para denunciar e protestar contra toda sorte de violência que as mulheres sofrem.
Por que as mulheres estão usando um nome considerado pejorativo? Por modismo? Para chocar as pessoas?
Ao longo da história, sempre que transgredimos a submissão imposta nos apontam o dedo:
A CULPA É DESSA VADIA! A VAGABUNDA ME FEZ PERDER A CABEÇA!
O QUE ESSA VADIA QUER? É UMA PUTA MESMO!Nós fomos e somos assim tratadas quando:
- rejeitamos um homem;
- questionamos a imposição de serviços domésticos ou subalternos;
- vestimos uma calça apertada, um decote, uma saia curta; pintamos a unha de vermelho...;
- exigimos os mesmos salários que os homens para desempenhar as mesmas funções;
- engravidamos inesperadamente;
- nos estupram - e tanto o estuprador quanto o policial nos culpam pelo crime;
- nos exploram sexualmente;
- nos encarceram, espancam e assassinam, muitas vezes dentro de nossas próprias casas;
- nos discriminam por sermos lésbicas, bissexuais ou transexuais.
Diante da violência, como a sociedade reage?Como se não bastasse a dor e a humilhação da violência sofrida, o agressor justifica-se alegando que foi incitado a praticar o ato criminoso: “Ela provocou!”. Muitas vezes as pessoas concordam ou lavam as mãos, e o isentam da culpa, considerando, inclusive, essas práticas como naturais. Atitudes desse tipo geram a banalização e impunidade.
Em Itabuna, segundo registros da Delegacia da Mulher, 1052 mulheres foram agredidas em 2011. No Brasil, 150 mulheres são agredidas a cada hora e a cada dia 10 mulheres são mortas.
Esses motivos são suficientemente fortes para a reapropriação da palavra VADIA, positivá-la e fazermos dela uma bandeira, uma marca, uma idéia que combata o fato de que você, sua filha, esposa, mãe, colega, amiga, namorada, irmã, a outra... aqui ou em qualquer lugar do mundo, pode ser violada, em seus direitos e em sua subjetividade, e culpabilizada, simplesmente porque é MULHER.
07 de outubro, às 16 horas, vamos marchar juntas(os) na Av. Cinqüentenário.
Enquanto uma for VADIA, todas serão VADIAS!
COLETIVO DA MARCHA DAS VADIAS DE ITABUNA
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