Depois de 26 anos do crime, o engenheiro Edgar Nunes de Almeida, acusado da morte da esposa, a estudante de Direito, Dóris Teresa Fontenele Bruno, cumprirá os dez anos de prisão a que foi condenado em 1999. O mandado foi expedido há dois anos pelo juiz Whosemberg de Morais Ferreira, em Beberibe, enviado à Polícia Civil da Bahia (onde mora o acusado) e, por razões desconhecidas não foi cumprido. Só agora, a família da vítima conseguiu acionar a Polícia, em Salvador, para capturar o engenheiro.
O crime aconteceu no dia 1º de outubro de 1985. O casal estava numa audiência, no Fórum Clóvis Beviláqua, para decidir a separação e a guarda da filha única, Ahiran Buno. Segundo os autos, Almeida sequestrou Dóris no intervalo da audiência e a levou para a Fazenda Cirros, na localidade de Serra do Félix, em Beberide. No caminho, segundo o processo, ele a estrangulou e colocou o corpo na mala da Belina que os transportava. Além do assassinato, Almeida ainda tentou esconder o cadáver, enterrando-o. Três dias depois o corpo da jovem foi encontrado numa cova rasa.
O processo arrastou-se por todos 25 anos. O réu recorreu às sentenças, conseguiu habeas corpus, pediu desaforamento do caso e vinha conseguindo adiar o cumprimento da pena. Conforme a família da vítima, Almeida levou uma vida normal, morando com a nova esposa e os dois filhos, em Salvador. Ganhou um prêmio como engenheiro, ministra palestras, faz doutorado e sai do País legalmente. A filha do casal, hoje com 29 anos, diz que, no único encontro com o pai, ele a usou para tirar fotos dos dois e colocá-las no processo para provar ter cumprido suas obrigações de genitor. Ahiran, diz que o sentimento de impunidade foi diminuído com a notícia de que a Polícia deverá prendê-lo.Diário do Nordeste//Foto: Kid Jr.
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