A estratégia do governo de indicar uma redução no plano de negócios da Petrobrás pode ter interpretação dúbia, na opinião do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
Se analisada pelo ângulo positivo, argumenta, pode demonstrar uma maior preocupação do atual governo com os resultados da companhia e seus acionistas, trazendo as metas de investimentos, produção e comercialização para parâmetros “mais próximos da realidade”.
Por outro lado, o fato de o governo exercer seu poder de acionista majoritário, impedindo que a companhia reajuste seus preços de gasolina e diesel em linha com os do mercado internacional, demonstra que a estratégia ainda está voltada para seus interesses.
“O projeto político do atual governo é o combate à inflação e o governo vai usar a Petrobrás como seu principal instrumento político para isso, seja impedindo o reajuste dos combustíveis, oficializando o tabelamento de preços na refinaria, seja contendo os investimentos da empresa”, afirmou Pires.
Ele destacou que o governo teria instrumentos para reajustar os preços do diesel e da gasolina — contribuindo para melhorar o caixa da empresa — sem precisar afetar o consumidor.
“Se quisesse, a União pode usar da renúncia fiscal e reduzir a Contribuição para Intervenção de Domínio Econômico, Cide, para atuar como colchão que anularia o impacto de um reajuste. Mas não quer perder receita e, então, prefere usar outros mecanismos”, analisa.
Segundo cálculos do CBIE, a Petrobrás teria deixado de ganhar em torno de US$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre por não ter repassado a alta do barril de petróleo no mercado internacional para os preços internos do diesel e da gasolina, que representam 60% da receita da empresa com a venda de derivados.De http://www.jt.com.br/
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