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segunda-feira, 13 de abril de 2015

FMI, ATUAÇÃO E PREVISÕES

O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado em 1944, na cidadezinha americana de Bretton Woods, quando os Estados Unidos já sabiam que ganhariam a segunda guerra mundial. Mesmo assim, ainda jogaram duas bombas atômicas no Japão. Foram únicas e até hoje definem a hegemonia na correlação de forças mundiais. Os americanos têm forças militares por volta do planeta. Quarenta países se fizeram representados na referida cidade. Outros sessenta iriam aderir ao FMI de imediato, subscrevendo suas cotas. Sem surpresa, o maior cotista são os Estados Unidos. O Brasil esteve presente pelo economista Eugênio Gudin, célebre economista, conhecido por também ter escrito o livro Princípios de Economia Monetária, mais dois outros economistas, que foram ministros da área econômica na época da ditadura militar, os quais colaboraram para que vingassem as reformas econômicas do PAEG (1965), inserindo o Brasil no capitalismo, sem volta. O FMI tem atuado no mundo inteiro, socorrendo financeiramente aqueles países que não possuem divisas para cumprirem seus compromissos internacionais. A sua exigência é de um monitoramento trimestral, para possuir fundamentos econômicos, mesmo que para isso obriguem a um remédio amargo, geralmente seguido por recessão, para depois retornar ao crescimento. Na verdade, o FMI atua para que o país tenha crescimento capitalista sustentável. Os fundamentos principais da economia são: crescimento econômico, equilíbrio monetário com inflação sobre controle, equilíbrio fiscal e equilíbrio cambial. Por ironia, esta tríplice receita é fornecida pelo livro clássico “Teoria Geral. Dos Juros, do Emprego e da Moeda”, do inglês John Maynard Keynes, coordenador do referido conclave, cuja proposta no FMI foi derrotada. Prevaleceu a ideia de um fundo com uma cesta de moedas conversíveis em dólar. Claro, a proposta da equipe econômica americana.

O FMI publica trimestralmente relatório sobre o ciclo dos países da economia mundial. Dessa maneira, o FMI voltou a reduzir as projeções de crescimento da economia brasileira, estimando queda de 1% neste ano e crescimento de 0,9% em 2016. Em janeiro, suas projeções eram de elevação de 0,3% do PIB em 2015 e de 1,5% em 2016. A nova perspectiva do FMI decorre das medidas recentes do ajuste fiscal, da quarta alta consecutiva das taxas de juros, dos cortes dos investimentos em geral e da repercussão dos escândalos revelados pela operação Lava-Jato da Petrobras. O FMI declara-se a favor das medidas de ajustamento, porque acredita que, com elas, o País retornará progressivamente ao crescimento econômico.

A posição do FMI geralmente é conservadora, porque é também considerada ortodoxa. Cair este ano em 1% está a indicar que a queda será ainda maior, infelizmente, visto que as notícias econômicas continuam ruins, fazendo o FMI projetar ainda para baixo. O lenitivo é de que o Brasil, assim procedendo, voltará a crescer. Uma pena é que não fazendo as reformas econômicas, não pode aspirar ao crescimento sustentável, virtuoso. Em economia não existe milagre. Quando a referência era a do “milagre brasileiro” dos anos de 1970, quando o Brasil cresceu na década por volta de 10%, o preço pago foi a recessão dos anos de 1980, a chamada “década perdida”. A esperança é de que a equipe econômica, depois do ajuste fiscal, vá em direção das aspiradas reformas econômicas. por Paulo Brito

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