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sábado, 4 de abril de 2015

Filha de ambulante do RJ passa em Harvard

Foto: Arquivo Pessoal
A vitória de Mariam Topeshashvili, de 18 anos, tem sabor diferente.
Ela foi aprovada na renomada Universidade Harvard, nos Estados Unidos, com bolsa integral, para estudar ciências políticas em Harvard.
O que pouca gente sabe é o que ela e a família passaram antes dessa coroação. Com informações do G1

Ambulante
Ela tinha quatro anos quando precisou sair às pressas com os pais de Tbilisi, capital da Geórgia, em meio a uma guerra civil que assolou a antiga república da União Soviética na década de 90 e início dos anos 2000. 

Mariam e os pais seguiram para a Turquia e, de lá, vieram para o Brasil como refugiados políticos.

Chegaram ao Rio de Janeiro sem saber falar uma palavra em português e foram morar na comunidade Tabajaras, na Zona Sul. 

Mariam viu o pai, formado em ciência política e economia, ter o diploma recusado no Brasil e ser obrigado a vender cerveja na praia de Copacabana, tendo de se virar com o português. 

A mãe, enfermeira, levou dois anos para conseguir um emprego como guia de turismo.

Naturalizada
Por ter chegado ao Brasil com menos de 5 anos de idade, Mariam conseguiu naturalizar-se brasileira. 

Além de falar um português perfeito, com legítimo sotaque carioca, Mariam domina ainda outros cinco idiomas, graças aos pais, que lhe ensinaram a importância de aprender e o amor pela leitura.

A estudante lamenta não poder dividir esta conquista com seu pai, Avitandil, que morreu de câncer em 2008. "A gente tinha acabado de conseguir uma situação financeira estável", explica Mariam.

Escola Pública
Ela estudou no Colégio Pedro II, uma escola pública federal de prestígio no Rio. Participou de olimpíadas de matemática, química e história. 

"Faço leitura de livros para deficientes visuais. Aprendi também com meu pai, que adorava ler para mim", conta.

No ano passado, Mariam foi uma das estudantes escolhidas no projeto Jovens Embaixadores, do governo dos Estados Unidos. Viajou para a América do Norte, visitou universidades e foi até a Finlândia.

A jovem ganhou o auxílio da Fundação Estudar e da EducationUSA para fazer o "application", o formulário de inscrição para concorrer a vagas nas universidades norte-americanas. 

Passou em Yale (nos campus dos EUA e de Cingapura), Duke e mais duas universidades até receber a resposta positiva de Harvard.

Sonho
Mariam quer fazer da sua experiência de vida uma ferramenta para ajudar outras pessoas que vierem a passar pelo que ela e seus pais passaram. "Meu objetivo agora é, depois de me formar, criar uma ONG para ajudar refugiados que chegam a um país", diz.

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