A autópsia de George Floyd, homem negro assassinado pelo policial branco Derek Chauvin, estopim para os protestos que tomaram conta dos Estados Unidos nos últimos dias, revelou que o homem havia contraído coronavírus e chegou a receber o diagnóstico da doença no dia 3 de abril.
Floyd, de 46 anos, morreu depois que Chauvin ajoelhou-se sobre o seu pescoço por quase nove minutos. O vídeo em que ele diz não conseguir respirar reacendeu a questão da brutalidade policial contra negros nos EUA, cinco meses antes da eleição presidencial de 3 de novembro.
Por enquanto não há evidência concreta de que a Covid-19 tenha contribuído para sua morte, já que ele não apresentava sintomas da doença. A autópsia de 20 páginas, divulgada pelo Departamento de Medicina Legal do condado de Hennepin, também revelou que Floyd tinha uma doença cardíaca e um histórico de problemas com pressão alta; além disso, o relatório toxicológico preliminar apontou vestígios moderados de metanfetamina e fentanil (um tipo de opioide usado para dor).
Demitido e inicialmente acusado de homicídio em terceiro grau, Chauvin, de 44 anos, será processado também por homicídio em segundo grau. Além disso, a Procuradoria acusará os outros três policiais demitidos por terem participado da ação de terem ajudado e favorecido o assassinado, e já entrou com mandado de prisão para o trio. Além das manifestações nos EUA, a morte de Floyd provocou protestos em outras partes do mundo, como Londres e Roterdã.