Apesar de seu partido, o PT, ter assinado um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governador da Bahia, Rui Costa, é contrário a um processo de derrubada de governo em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Em entrevista por videoconferência ao Valor Econômico nesta quinta-feira (4), ele disse que não vê probabilidade de avanço de um processo como esse nesse momento. “Acho que não há cenário no curto prazo para um processo de impeachment.
O Congresso está funcionando virtualmente. Alguém imagina que vai fazer um impeachment virtualmente?! Dá para imaginar ter o impeachment de um presidente sem ter manifestações de rua? Em que lugar no mundo, na história da humanidade, isso aconteceu? Só se fosse um golpe de Estado”, disse.
Em sua análise, manifestações de rua poderiam pressionar parlamentares para aprovarem o impeachment, mas que, com a crise sanitária, isso não será possível. “O povo precisa participar disso. Portanto, acho que, no curto prazo não vejo probabilidade. Nem nós podemos convocar o povo para ir para rua e nem tem hoje maioria parlamentar para um processo de impeachment”, disse Rui Costa.
Ele também avaliou o comportamento do presidente em meio a pandemia, que classifica a Covid-19 como “uma gripezinha”. “O governo se movimenta em atrair parlamentares que historicamente têm comportamentos sem padrão ético. Eu acho que essa relação dele [Bolsonaro] com a pandemia faz parte da estratégia dele. Querer ter um grupo fiel, radicalizado, de 20%, 30%. E com isso tentar eventualmente chegar em segundo turno em 2022”, afirmou.
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