Segundo psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da USP, quadro é semelhante à dependência química
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Para o cérebro de alguém que joga, os mecanismos presentes no jogo do tigrinho e semelhantes são os mesmos que os de qualquer jogo de azar. São fatores de sedução que levam à dependência, segundo o médico psiquiatra Rodrigo Machado, pesquisador do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP). Correio da Bahia
A dependência de jogos de azar se assemelha à dependência de substâncias químicas. “O jogo de azar é um comportamento que tem alta capacidade de sequestrar a atenção e a ativação de uma área que processa o prazer no cérebro. Essa área tem, como objetivo principal, reconhecer no ambiente tudo aquilo que pode ser gratificante e prazeroso”. Nessa região, a pessoa pode ter um pico rápido e intenso de dopamina, um neurotransmissor. “As pessoas falam que a dopamina é o prazer, mas ela é principalmente o desejo. É a motivação para ir atrás do que faz a gente sentir prazer”, acrescenta.
Esses jogos de cassinos online também têm se apresentado com características que realmente vêm do mundo dos games – inclusive, os infantis. Com um perfil mais ‘gamificável’, que está até no fato de serem coloridos e com interface amigável -, acabam atingindo um público mais jovem.
Atualmente, não há dados de prevalência no Brasil sobre o jogo do tigrinho e similares, porque seria necessário fazer estudos epidemiológicos mais recentes. No entanto, um perfil mais jovem já é perceptível nos consultórios. Se antes o mais comum era atender pessoas com mais de 40 anos, agora a idade é cada vez menor.