Alta dos juros e escassez de capital dificultam a sustentabilidade de empresas com faturamentos inferiores a R$ 100 milhões, diz portal da Forbes
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A fintech Brex, que presta serviços financeiros para startups, informou a 282 de seus colaboradores que eles estavam desligados da empresa. O corte, anunciado na terça-feira (23), atingiu cerca de 20% de seu quadro. Na segunda (22), A Cora, banco digital exclusivo para PMEs, anunciou a demissão de 47 pessoas, cerca de 13% da equipe, segundo a Forbes Brasil.
Esse movimento reproduz, com algum atraso, algo que começou a ocorrer nos Estados Unidos no início de 2023. Por lá, centenas de fintechs demitiram milhares de colaboradores, quando não encerraram as atividades. E esse processo não terminou.
Um levantamento da publicação especializada The American Banker indicou que, nos meses de novembro e dezembro de 2023, pelo menos 14 bancos digitais e empresas de crédito online dos Estados Unidos reduziram suas equipes e descontinuaram negócios menores ou mais recentes.
Segundo Daniel Moretto, que preside as operações brasileiras da empresa de processamento de pagamentos PayRetailers, as fintechs brasileiras têm procurado se adaptar a um cenário consistentemente mais adverso.
Os juros elevados no Brasil e nos Estados Unidos não apenas encareceram as atividades do dia a dia. Também fizeram as fontes de recursos escassear. “O ciclo de alta de juros, que deve ser mais longo do que o esperado, será desafiador para as fintechs. Umas vão tomar decisões difíceis mais rápido do que outras, mas todas terão de tomar decisões difíceis”, diz Moretto.
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