Psicanalista alerta que diagnóstico tardio provoca sofrimentos
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
Durante muitos anos, o TEA – Transtorno do Espectro Autista foi considerado um tipo transtorno restrito à infância, mas esse cenário vem mudando a cada dia.
Pesquisas revelam que, no ano de 2004, 1 em cada 166 pessoas adultas apresentavam sintomas de Autismo. Em 2007 essa proporção era de 1 em cada 54 pessoas e em 2021 (no auge da pandemia), esse número chegou a ser de 1 em cada 44 adultos acometidos pelo transtorno.
Dados que mostram a necessidade de uma maior aceitação, divulgação sobre a definição da doença, sintomas e tratamento proposto.
O Autismo é um tipo de transtorno que pode trazer prejuízos em qualquer etapa da vida, por isso quando não tratado em idades iniciais, pode acarretar problemas na comunicação, socialização, aprendizagem cognitiva e interações humanas.
Mas é importante deixar claro que o Autismo não chegou com a vida adulta, ele sempre esteve lá. Acontece que, quando criança, esse adulto pode não ter sido acompanhado e não ter recebido um diagnóstico na infância por apresentar sintomas mais leves, que podem ser mais difíceis de reconhecer. A criança autista cresce e esse adulto continua sendo autista.
Além disso, um adulto quando não diagnosticado, pode desenvolver ansiedade e depressão, pois não entende os motivos de ser diferente das outras pessoas, já que muitos sintomas ficam camuflados e misturados aos desafios da vida adulta, descaracterizando seus sinais e sintomas.
Buscar um diagnóstico de TEA quando adulto pode ser desafiador por vários motivos: as crenças e preconceitos em relação à saúde mental e o medo de ser julgado, rotulado e descriminado socialmente.
Os sintomas do TEA adulto mais comuns são:
Dificuldade de interação ou manutenção de amizades mais íntimas;
Desconforto durante o contato visual;
Dificuldade no gerenciamento das emoções;
Hiperfoco em um assunto específico;
Falar repetidamente sobre um determinado tema;
Hipersensibilidade a cheiros, sons e texturas que parecem não incomodar aos outros;
Piadas, sarcasmo ou expressões de duplo sentido não são compreendidas;
Interesse limitado em atividades; preferência por atividades solitárias;
Falta de compreensão e reação diante da emoção do outro;
Expressões faciais e linguagem corporal não compreendidas;
Dificuldade em absorver mudanças de rotina;
Ansiedade social e falta de malícia nas relações interpessoais;