por Fernando Duarte
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Finalmente um episódio de racismo institucional envolvendo a Polícia Militar da Bahia teve uma reação adequada. Não foi a primeira e nem será a última vez em que veremos policiais usando prerrogativas de “autoridade” para atacar um jovem negro. E aquele agente que aparece no vídeo é a ponta do iceberg de um problema crônico que afeta todo o Estado brasileiro. Estamos despreparados para lidar com o racismo. E fingimos viver numa democracia racial.
O vídeo tomou as redes sociais e provocou uma resposta imediata do governador Rui Costa. Logo no começo da manhã, Rui publicou nas redes sociais que a violência contra o jovem é “inaceitável”. Segundo o governador, o policial responderá pelos atos – ou seja, sofrerá algum tipo de punição. É o mínimo a ser feito. Porém precisamos ter a noção que ali não é um caso isolado. O garoto negro com black power virou símbolo por ter sido filmado. Mas são milhares de jovens que passam por situações similares e são obrigados a conviver com o silêncio conivente de quem deveria protegê-los.
Quando situações como essa, registrada no Subúrbio Ferroviário, ganham espaço na mídia, há uma discussão sobre a desmilitarização da polícia. É uma questão complexa e que nunca é efetivamente discutida. Sempre cercada por preconceitos, a polícia é algoz e vítima desse sistema que atinge, principalmente, pessoas em condição de vulnerabilidade social e econômica. Boa parte dessa população é negra, mas ainda assim muitos insistem em negar o racismo.