por Carolina Linhares | Folhapress**Foto: Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
"Quem não é indígena não pode sugerir ou ditar regras de como devemos nos comportar ou agir em nosso território e em nosso país. Temos capacidade e autonomia para falar por nós mesmos", escrevem lideranças indígenas em carta ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O texto assinado pelos povos povos Aruak Baniwa e Apurinã, do Amazonas, pede que Bolsonaro cumpra com suas promessas de dialogar e respeitar a democracia -"estamos organizados com lideranças e povos capazes de diálogo com o presidente".
As lideranças classificam como "ação ditatorial" as medidas tomadas pelo governo em relação à política indigenista. Bolsonaro retirou da Funai a demarcação de terras indígenas e o licenciamento ambiental de empreendimentos que possam atingir povos indígenas. As atribuições passam ao Ministério da Agricultura.
"Essa prática já aconteceu no passado na história Brasileira como uma tentativa agressiva de nos dizimar", diz a carta. Segundo o texto, os indígenas têm 13% do território nacional e não 15%, como diz o presidente. Afirmam ainda que isso foi o que restou de uma terra antes 100% indígena. "Não somos nós que temos grande parte do território Brasileiro, mas os grandes latifundiários, ruralistas, agronegócios, etc que possuem mais de 60% do território."