Nelson de Sá, Folha de S. Paulo
Depois de oito anos sem edição impressa, no domingo (25) o “Jornal do Brasil” volta a circular com um plano de negócios inesperado. “Vamos focar as bancas”, diz o empresário à frente do relançamento, Omar Resende Peres, 60.
Ele diz que a tiragem será de 50 mil exemplares no primeiro dia e, ao longo do mês seguinte, para testar a recepção dos leitores, de 20 mil exemplares diários, sete dias por semana. O preço de capa será de R$ 5, em formato standard.
Publicidade e assinaturas não serão prioridade. “O nosso plano de negócios foi todo realizado para a venda de bancas”, diz, citando uma pesquisa que levantou “um potencial de 50 mil a 100 mil leitores por dia” no Rio.
Assinaturas, inclusive para a versão digital, podem ser implementadas no futuro. E o jornal já tem um departamento de publicidade, com seis profissionais, mas o eventual retorno “será lucro”.
“O mercado no Rio está muito machucado, em decorrência da crise que estamos vivendo”, diz Peres. “Agora, nós temos que viver de banca.”Ele reconhece que parece estar “na contramão da história”, mas lembra que não é “um neófito”, tendo sido proprietário de uma afiliada da Globo e de um jornal em Juiz de Fora (MG).
“E eu estou relançando o ‘Jornal do Brasil’, que é uma marca icônica no Rio e ainda tem um mercado relevante”, diz. “O ‘Jornal do Brasil’ ainda está vivo nas pessoas do Rio. Eu acredito nisso, nesse patrimônio.”
Fundado em 1891, o “JB” marcou a modernização do jornalismo brasileiro a partir de 1959, quando Janio de Freitas, hoje colunista da Folha, comandou sua reforma gráfica. Peres assumiu a marca em 2017.
CUSTO
No entender do empresário, “o que vai viabilizar” o projeto é seu baixo custo operacional. Ele se nega a dar números sobre o investimento feito, mas enfatiza que a estrutura “é muito pequena”, inclusive Redação.