“O objetivo é que a CPMF não dure mais do que quatro anos.” Nem o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu segurar o riso. Surpreendido pela pergunta de uma repórter atenta, sobre por quanto tempo o governo pretende cobrar o novo imposto, que ele mesmo chama de “provisório”, o ministro fez com que os jornalistas, cinegrafistas e fotógrafos manifestassem o que a maioria dos brasileiros acham dessa resposta: caíram na gargalhada.
Eles participavam da entrevista coletiva em que Levy e seu colega do Planejamento, Nelson Barbosa, divulgavam o que, inicialmente, deveria ser um pacote de cortes nos gastos públicos, de modo a cobrir o rombo de R$ 30,5 bilhões na proposta orçamentária para 2016, já enviada ao Congresso.
Em meio às idas e vindas de um governo que tem se portado como barata tonta, encurralado pela perda do grau de investimento do país pela mais importante agência internacional de classificação de risco de crédito, esse rombo foi ampliado. Como o exercício de 2015 está perdido, por causa da profundidade das trapalhadas do ano eleitoral de 2014, o objetivo agora é evitar que ocorra um terceiro ano de déficit fiscal, em 2016. Por isso, a demanda foi ampliada para R$ 66 bilhões.
Isso só aumentou a expectativa sobre a dimensão do corte nas despesas previstas, já que a presidente e seus ministros mais importantes passaram o fim de semana debruçados na improvisação de uma resposta rápida do governo ao rebaixamento do rating. A dúvida, alimentada pela informação de que, desta vez, Dilma não consultou seu mentor, o ex-presidente Lula, era se a presidente iria, finalmente, fazer o que se espera de um chefe de Estado numa situação como a que o país enfrenta hoje.