Com a crise solapando o país, os estados das dez maiores economias do Brasil anunciaram contingenciamentos de R$ 16 bilhões ao longo deste ano. Na maioria dos casos, os cortes são no custeio da máquina pública, redução no número de cargos comissionados, diminuição de concursos públicos e contratações além do recuo em programas de incentivo fiscal a partir de redução ou isenção de impostos.
Tais medidas visam enfrentar um cenário de queda de 1% no PIB nacional deste ano e inflação em torno de 8%. “O Brasil está crescendo menos do que a média mundial e do que os vizinhos latino-americanos, isto vai influenciar diretamente no nível de emprego e a renda dos trabalhadores, que já está em queda, e no arrefecimento na atividade industrial e comércio estagnado”, diz Paulo Tafner, sub-secretário da Fazenda do Rio de Janeiro.
Tafner anunciou que os cariocas cortarão R$ 2,6 bilhões da arrecadação estadual em despesa de pessoal e encargos de todas as fontes, geração de despesas que acarretem impactos orçamentário e financeiro e concessão de benefícios fiscais. O estado vai usar ainda os depósitos judiciais para ajudar a cobrir déficits.
Mas é o o Paraná que pode ser considerado o primeiro estado a tomar as medidas para enfrentar o duro período por que passa a economia brasileira. Ainda em novembro do ano passado, o governador Beto Richa (PSDB) enviou à Assembleia Legislativa a primeira parte de um pacote de medidas para economizar R$ 1 bilhão. Em fevereiro, quando a segunda parte foi anunciada, houve a deflagração de uma greve comandada por sindicatos ligados à oposição. Mas o fato é que medidas parecidas estão sendo tomadas por diversos estados comandados pelas mais diversas matizes partidárias.