Pelo menos 20 criminosos renderam 200 funcionários e lotaram carretas com celulares, tablets e notebooks
POR JAQUELINE FALCÃO E LEONARDO GUANDELINE
Caixas sendo retiradas e colocadas dentro de um caminhão - Reprodução/EPTV
SÃO PAULO - Uma quadrilha com pelo menos 20 homens rendeu mais de 200 funcionários da fábrica da Samsung, localizada no bairro Parque Imperador, em Campinas, a 94 km da capital paulista, e roubou em torno de 40 mil mercadorias, avaliadas em R$ 80 milhões, na madrugada desta segunda-feira. Os criminosos fugiram em pelo menos sete carretas carregando tablets, celulares e notebooks. A fábrica fica às margens da rodovia Dom Pedro I. Ninguém foi preso e não houve feridos.
A ação começou por volta da meia noite e durou de 3 a 4 horas. Imagens das câmeras de segurança da fábrica mostram a ação dos bandidos dentro da empresa. Elas serão usadas pela Polícia Civil durante a investigação.
Frames do circuito interno de segurança da empresa obtidos pela EPTV, afiliada da Rede Globo na região, mostram um caminhão circulando dentro da fábrica. Em uma outra imagem é possível ver homens andando pelo local com celulares e rádios comunicadores. Alguns usam bonés. Outro frame mostra uma pessoa carregando um caminhão com mercadorias.
Pelas imagens, no entanto, não é possível identificar quem é funcionário e quem é criminoso, uma vez que a polícia informou que empregados ajudaram o bando a transportar as mercadorias e a carregar caminhões.
Segundo a polícia, oito funcionários da empresa que estavam em uma van fretada foram rendidos, no fim da noite de domingo, por parte do bando - sete homens, fortemente armados - em uma estrada e levados reféns para um esconderijo. Apenas o gerente e o motorista do veículo ficaram com os assaltantes. Os ladrões usaram os crachás dos trabalhadores e conseguiram entrar na fábrica com a van sem chamar a atenção. Depois, abriram o portão para outra parte da quadrilha entrar na fábrica em sete caminhões.
Lá dentro, o bando se dividiu e rendeu 200 funcionários. Todos foram levados para uma sala e obrigados a tirar as baterias dos celulares. Os bandidos queriam evitar que as vítimas chamassem a polícia.
- Quando a gente estava terminando (de jantar), resolvemos olhar na porta (do refeitório) e tinha um pessoal no corredorzinho. Aí eles (criminosos) nos chamaram e pediram a bateria do celular, falaram para ficar todo mundo calmo, que não iriam machucar ninguém, falando que era um assalto - disse um trabalhador da Samsung à EPTV, afiliada da Rede Globo da região.
Os vigias foram desarmados e tiveram que ficar nos seus postos de trabalho, trabalhando normalmente, durante a ação do bando.
- Retiraram os armamentos deles e as munições e deixaram eles trabalhando normalmente, nos mesmos postos como se nada tivesse acontecido - disse à EPTV o tenente da Polícia Militar Vitor Chaves.