por Erem Carla**Foto: Pixabay
Nessa semana o ator Arthur Aguiar, confinado no BBB 22, chamou a atenção dos telespectadores ao usar um desodorante nas partes íntimas. No registro que viralizou na internet, o ator aparece usando um aerossol por baixo da toalha e algumas pessoas remeteram a “atitude” à cantora Anitta, que já divulgou e disse usar “perfumes íntimos”.
O problema é que a utilização de sabonetes, perfumes e desodorantes íntimos, além de mascarar possíveis infecções, pode causar fungos na região genital. BN
Em conversa com o Bahia Notícias, especialistas alertaram que o uso desses produtos podem causar e agravar problemas de saúde nos genitais e até mesmo na pele da região.
A Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia na Bahia, Ana Lísia Giudice, ressalta que não existem produtos com fragrância que sejam adequados para utilização nos genitais.
“Os perfumes e desodorante convencionais podem provocar ressecamento, irritação, coceira, vermelhidão, diminuição da hidratação do local e em mulheres ainda pode causar modificação de pH, o que consequentemente pode acarretar em doenças como a candidíase”, detalhou.
Quanto aos sabonetes destinados à região íntima, a dermatologista recomenda que se dê preferência ao uso de sabonetes glicerinados, que possuam pH neutro e não vão agredir a região da pele nem da mucosa, tanto em mulheres como em homens.
Ana Lísia ainda alerta que o uso de antitranspirantes na região íntima é prejudicial também para a pele da virilha. “O suor não é maléfico nessas regiões, se você mantiver uma boa higiene, não terá problemas com o suor”, explica.
Aos famosos sabões destinados à limpeza da roupa íntima, a dermatologista conta que a escolha também deve se basear nos mais neutros do mercado, como sabão de coco, por exemplo, além de evitar o uso de amaciantes nessas peças.
Quanto ao uso desses cosméticos como forma de modificar o odor do local, o urologista Frederico Mascarenhas explica que é importante lembrar que a genitália feminina e masculina produz algumas substâncias que possuem odores característicos.
“Essas substâncias são responsáveis pela lubrificação e pela manutenção do pH locais e esses odores não devem ser desagradáveis”, diz.
O uso desses cosméticos pode provocar uma umidade diferente, que vai alterar o pH local e muitas vezes destruir a flora natural de bactérias e fungos protetores da região. Além disso, essas substâncias alteram os odores que podem ser um alerta de problemas, o que levaria a pessoa a acabar negligenciando uma infecção ou inflamação que deveria ser tratada.
O urologista ainda alerta que a higienização dos órgãos genitais não deve ser frequente e que o excesso de limpeza dessas áreas também podem destruir a flora natural do local.
“Deve-se lavar durante o banho, que a pessoa deve tomar de um a dois por dia, e manter o local seco para evitar a proliferação de fungos. O que não quer dizer que as mulheres devem usar protetores diários, pois eles podem dificultar a eliminação de fluidos e atrapalhar a ‘respiração’ da pele”, explica.
Em caso de mau cheiro nas partes íntimas, recomenda-se que procure um ginecologista ou urologista com urgência, para identificar um possível indício de bactérias ou fungos que precisam ser tratados.
“Muitas vezes é a gardnerella, conhecida por causar o mau cheiro na região da vulva, não necessariamente significa que é uma infecção, pode ser uma colonização dessas bactérias. Porém existem estratégias de tratamento que podem minimizar isso”, afirma o especialista.
O médico ainda alerta que a prevenção do mau cheiro pode ser feita, além de uma boa higiene e não uso de sabonetes e perfumes íntimos, evitando relações sexuais sem proteção, porque Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem propiciar o mau cheiro também.