por Leandro Aragão / BN
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Fora dos holofotes do futebol baiano, o Grapiúna quer virar Barcelona do Nordeste e, com um projeto ambicioso, ganhar projeção no futebol nacional. Para isso, o clube de Itabuna conta com o apoio financeiro do empresário Weliton Nascimento, do ramo de Trade Marketing e Facilities. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele disse que o objetivo é colocar o time na Série C do Campeonato Brasileiro até 2024.
"Devem ser cinco anos de projeto com uns R$ 2,5 milhões de investimento nesse período. Vamos participar de todas as competições. O objetivo é estar na Série C do Campeonato Brasileiro até 2023, ou no máximo 2024", revelou ao BN, ao frisar que haverá um time feminino.
Weliton explicou o motivo pela mudança de nome do clube. "O maior apelo é o lado comercial e marketing. Para isso teremos metas por ter esse nome", falou. Ele ainda não sabe como será a repercussão da mudança em Itabuna, mas disse que conta com o apoio dos moradores do sul do estado. "Só saberemos [a repercussão] quando mudar. A população é nossa maior aposta", frisou.
Weliton Nascimento | Foto: Arquivo Pessoal
Para ajudá-lo no projeto, Weliton convidou o gestor de futebol Pastor Márcio Cerqueira, conhecido no futebol baiano com passagens pelas administrações do Bahia de Feira e Jequié. De acordo com o ex-dirigente do Jipão, que inclusive fez parte da administração do time que conquistou o acesso estadual em 2016, a ideia foi apresentada primeiro ao Colo-Colo. "Quando eu saí do Jequié, Weliton me convidou para esse projeto inovador que seria implantado no Colo-Colo. Mas houveram algumas desavenças com a diretoria de lá e nós partimos para o Grapiúna", falou o pastor à reportagem do Bahia Notícias.
Pastor Márcio Cerqueira | Foto: Reprodução
Empresário de São Paulo, Weliton Nascimento explicou o que o levou a investir numa cidade do interior da Bahia. "É um presente para uma das minhas cidades. Ilhéus e Itabuna são minhas referências. A oportunidade apareceu dada a falta de interesse do clube de Ilhéus. É uma forma de retribuir a minha cidade, [trazer] uma experiência nova no esporte", afirmou.
Pastor Márcio deu alguns detalhes do projeto. Segundo ele, o investimento no clube será progressivo. "Por exemplo, no primeiro ano seria R$ 500 mil, no segundo ano seria R$ 1 milhão, terceiro ano, R$ 2 milhões, até chegar nesses cinco anos iniciais, com a possibilidade de renovação por mais cinco anos", contou.
Para conseguir cumprir o cronograma de chegar à Série C do Brasileiro em até cinco anos, a ideia da dupla é reativar o Grapiúna o quanto antes para disputar a Série B do Baiano em 2019. Ou melhor, não apenas disputar, como também ser campeão para chegar à elite estadual em 2020. "O objetivo é disputar logo a segunda divisão e buscar o acesso, como aconteceu com o Jequié, com o Colo-Colo em 2014, com aquela parte de gestão que nós fazíamos", disse Márcio Cerqueira. "De imediato seria buscar a conquista da segunda divisão estadual e a Copa Governador do Estado. Progressivamente, em 2020, disputaríamos a primeira divisão buscando estar entre os quatro primeiros. Depois disputaríamos a Série D do Brasileiro mirando no acesso à Série C de imediato", completou ele.
Além do desejo de disputar a Série A estadual, Márcio Cerqueira disse que o projeto ainda prevê a construção de infra-estrutura para o clube. "Nesse período de 2020, seria construído um centro de treinamento para o Grapiúna, com campos de futebol, alojamento para atletas", projetou. "Esses valores seriam investidos pelo Weliton, mas progressivamente a gente vai buscar outros recursos no âmbito de empresas estaduais e nacionais para podermos dar um suporte até maior ao clube. É uma projeção que você está indo para um clube que não tem débito. Não consta nenhuma questão trabalhista em nome do Grapiúna... Esssas coisas que atrapalham muito o futebol", detalhou.
Sobre a mudança de nome para Barcelona do Nordeste, Márcio Cerqueira disse que ela não será feita de imediato. No entanto, os custos para troca estão previstos no orçamento inicial do projeto. "Vamos fazer toda a parte de documentação. É um trâmite que tem que passar pela CBF, então isso não é de imediato", explicou. "Essa questão de custo já está sendo prevista no planejamento financeiro do clube. Então, não vamos ter muitas dificuldades nessa questão. Tem alguns clubes que começam [a mudar de nome], mas não terminam por causa das dificuldades. Como Weliton já fez o orçamento para esse período de cinco anos, já está com esse recurso para ser gasto nessa mudança do nome do clube", continuou.
HISTÓRIA DO GRAPIÚNA
Fundada como Itabuna Atlético Clube em 1996, a equipe surgiu com a crise ocorrida com o tradicional Itabuna Esporte Clube. Logo no seu primeiro ano subiu para a elite do futebol baiano. No entanto, o time acabou voltando à segunda divisão no ano seguinte e adotou o nome de Grapiúna. Após isso, obtendo maus resultados, o aurinegro nunca mais conseguiu retornar à primeira divisão baiana.