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domingo, 15 de dezembro de 2024

Mais de 1,7 mil jornalistas foram mortos em 20 anos em todo o mundo

Relatório de 2024 registra 54 mortes de jornalistas e alerta para aumento de prisões e desaparecimentos de profissionais da imprensa
Foto: hosnysalah/Pixabay
A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta sexta-feira (13) seu relatório anual, revelando números alarmantes sobre violência contra jornalistas em todo o mundo.

Nos últimos 20 anos, mais de 1.700 jornalistas foram assassinados enquanto trabalhavam ou em decorrência de suas funções. Somente em 2024, 54 jornalistas foram mortos, incluindo 52 homens e duas mulheres.

“É o ano com o maior número de casos de jornalistas mortos no contexto de conflitos armados”, destacou Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina.

Desses óbitos, 31 ocorreram em zonas de conflito, com destaque para a Palestina, onde 16 jornalistas perderam a vida cobrindo o embate entre Israel e o Hamas. A RSF apontou as forças armadas israelenses como “principais agressoras da liberdade de imprensa” no conflito.

Além da Palestina, os países com mais mortes de jornalistas em 2024 incluem Paquistão (sete), Bangladesh (cinco), México (cinco), e Sudão (quatro).

Aumento de prisões e desaparecimentos
O relatório também revelou que 550 jornalistas foram presos em 2024, marcando um crescimento de 7,2% em relação a 2023. A China lidera a lista, com 124 jornalistas encarcerados, seguida pela Birmânia (61) e Israel (41).

Além disso, 95 jornalistas desapareceram em 2024, sendo o México o país com o maior número de casos nas Américas (30). Outros 55 profissionais foram sequestrados, com a Síria concentrando 38 desses casos, atribuídos em grande parte ao Estado Islâmico.

Cenários preocupantes e regulação digital
Embora o Brasil não tenha registrado mortes de jornalistas em 2024, Artur Romeu alertou para os riscos enfrentados no país, sobretudo no ambiente digital, com mais de 37 mil postagens ofensivas contra jornalistas durante o período eleitoral municipal.

A RSF defende maior regulação das redes sociais, exigindo responsabilização das plataformas pelo conteúdo veiculado.

Sobre o cenário global, a ONG expressou preocupações com o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA e a instabilidade no Oriente Médio, fatores que, segundo Romeu, aumentam os riscos para a cobertura jornalística.

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