A corrida das empresas brasileiras ocorre no mesmo momento em que a Novo Nordisk se mobiliza para lidar com os efeitos da queda da patente
Não é novidade que as canetas emagrecedoras revolucionaram o mercado farmacêutico nos últimos anos. Indicadas para o combate de diabetes tipo 2 ou diabetes, dependendo do registro de cada uma, medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro terão concorrência brasileira em breve.
Com o fim da patente da semaglutida (substância do Ozempic, do Wegovy e do Rybelsus, todos da marca dinamarquesa Novo Nordisk) previsto para 2026, empresas brasileiras já entraram na corrida para lançar os produtos nacionais em breve.
Na segunda-feira (23), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou que a empresa brasileira EMS produza dois medicamentos que usam a liraglutida: o Lirux, que será destinado ao tratamento com diabetes, e o Olire, registrado para o combate à obesidade. A previsão é de que as canetas sejam vendidas já a partir de 2025.
A patente da liraglutida veio antes da semaglutida. Princípio ativo de outros dois remédios – o Saxenda e o Victoza -, também pertencia à Novo Nordisk. No entanto, a patente caiu neste ano no Brasil. Ao contrário da semaglutida, que tem aplicações semanais, as canetas que usam liraglutida têm indicação de aplicação diária.
Mas a EMS não é a única farmacêutica brasileira que tem se movimentado nesse mercado. Na última semana, o CEO da Cimed, João Adibe, anunciou a “caneta amarela” em suas redes sociais. “O universo das canetinhas vai ficar mais colorido”, publicou, em uma postagem sem maiores detalhes.
A corrida das empresas brasileiras ocorre no mesmo momento em que a Novo Nordisk se mobiliza para lidar com os efeitos da queda da patente. Este mês, a empresa anunciou seu novo medicamento para obesidade – o CagriSema. O novo remédio combina cagrilintida e semaglutida e chegou a anunciar que previa redução média de 25% do peso corporal. Na semana passada, as ações da Novo Nordisk chegaram a cair porque os resultados do estudo indicaram perda de 23% do peso – ou seja, abaixo da meta inicial e não muito diferente do Mounjaro.
O CagriSema é apontado como concorrente direto do Mounjaro, cuja substância tizerpatida leva a uma perda de peso comparável a uma substância bariátrica. Aprovado no Brasil no ano passado, o Mounjaro ainda não é vendido nas farmácias no país, mas é possível importá-lo por meio de diferentes formas.
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