Foto: Miriam Jeske / CPB
O nadador Gabriel Bandeira, de 21 anos, conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Na manhã desta quarta-feira (25), ele venceu a prova de 100m borboleta da classe S14, que estreou no programa paralímpico, com o tempo de 54s76, novo recorde da competição.
"Minha vida na natação paralímpica só está começando. Queria agradecer bastante o apoio da família e da minha avó. Isso é só o começo", disse.
Bandeira superou o britânico Reece Dunn, dono do recorde mundial, que ficou com a prata ao marcar o tempo de 55s12. Enquanto o australiano Benjamin Hance completou o pódio com o bronze ao terminar a prova em 56s90. De acordo com o técnico Alexandre Vieira, o nadador brasileiro tem deficiência intelectual e déficit de atenção.
"Para ser elegível para classe S14 precisa ter um diagnóstico de deficiência intelectual. Muita gente comete o erro de falar que o atleta aqui tem TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] ou hiperatividade, e isso não é elegível para o sistema. O que é elegível para o sistema é ter uma deficiência intelectual, e através das avaliações ele ter um QI abaixo de 75. É um teste feito por uma neuropsicóloga. No caso do Bill ele também tem TDAH, ele é hiperativo e ele também tem traços de autismo, mas não é diagnosticado ainda. Mas o que torna elegível para a classe S14 é fazer o teste de QI e ser abaixo de 75", explicou.
O paulista Gabriel Bandeira começou a disputar a natação paralímpica em 2020 e sua primeira competição internacional aconteceu neste ano. Em pouco tempo de carreira, ele já se torna campeão paralímpico.
Antes da conquista de Gabriel Bandeira, outro Gabriel abriu a porteira de medalhas do Brasil nos Jogos Paralímpicos 2020. Também na natação, Gabriel Araújo foi o primeiro atleta do país a subir no pódio em Tóquio ao ficar com a prata nos 100m costas da classe S2. O mineiro, de 19 anos, marcou o tempo de 2min02s47 sendo superado pelo chileno Alberto Abarza que bateu em 2min00s40. O bronze foi do russo Vladimir Danilenko com 2min02s74.
Gabriel Araújo não tem os braços e começou no esporte paralímpico em 2015 quando foi convidado por um professor de Educação Física a entrar na natação. Na primeira competição, ele conquistou três medalhas. Em 2019, brilhou nos Jogos Parapan de Lima ao faturar dois ouros, uma prata e dois bronzes.
Foto: Divulgação / CPB
A terceira medalha do Brasil veio com Phelipe Rodrigues nos 50m livre S10 da natação. Ele foi bronze com a marca de 23s50. O ouro ficou com o australiano Crothers Rowan que fez 23s21 enquanto o ucraniano Maksym Krypak foi prata com 23s33.
O nadador pernambucano tem má formação congênita no pé direito.
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