por Francis Juliano
Ato cobra justiça por Urbano Jr., possível vítima da dupla | Foto: OAB-BA
Dois policiais, um militar e outro civil, com atuação no município do Conde, no Litoral Norte baiano, foram presos acusados de integrar um grupo de extermínio. Marco Oliveira Leite, policial civil, e Givaldo Ferreira Santos, policial militar, chegaram a ser presos em dezembro passado durante a Operação Condado, feita pelas polícias da Bahia e Sergipe e voltaram a ter a prisão preventiva decretada e cumprida nesta semana.
A decisão de encarcerar os policiais foi tomada pela Comarca do Conde. Além de homicídio, Marco e Gilvado são acusados por diversos crimes, como tentativa de homicídio, sequestro, tortura e ameaça. Conforme a denúncia, uma das vítimas da dupla foi o advogado Urbano Nascimento Júnior, morto em 10 de novembro de 2012 em Rio Real, município baiano já na divisa com Sergipe (lembre aqui).
O defensor, de 28 anos, foi executado após ser perseguido por um dos acusados que estava a bordo de uma motocicleta. Antes, o advogado teve um cliente dele agredido na delegacia de Rio Real, e depois o próprio advogado foi espancado pela polícia. À época, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Bahia participou de manifestações em Rio Real, cobrando justiça para o caso.
No entanto, a denúncia que tornou os dois policiais réus tomou como base o assassinato de Edenilson Santos de Jesus, ocorrido em 14 de abril de 2018, no Assentamento Nova Esperança, no distrito de Altamira, zona rural do Conde. A suspeita é que os acusados executaram Edenilson em receio de a vítima saber sobre uma tentativa de homicídio sofrida por um homem, identificado como Adriano Marcelo Barbosa Reis. Adriano Marcelo veio a ser morto um dia depois de Edenílson.
Relata o MP-BA que os denunciados em todos os casos agiram em comunhão de interesses escusos, deles ou de terceiros, “caracterizando um grupo estável voltado para a prática de crimes”, diz trecho da denúncia. Conforme inquérito da delegacia do Conde, no dia em que Edenílson morreu, os denunciados estavam a bordo de um carro Chevrolet/Onix de propriedade de Givaldo Ferreira, parado à margem da BA-233.
Quando a vítima passou pelo trecho em cima da carroceria de um trator, os acusados saíram do local, emparedaram o veículo e obrigaram o motorista do trator a parar. O policial civil se aproximou da vítima e atirou várias vezes, o que fez a vítima vir a óbito no local. Após os disparos, os acusados fugiram. Ainda segundo o MP-BA, os policiais ainda são acusados de falsificação de documento público e abuso de autoridade.
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