Por Humberto Pinho da Silva
Dizia o nosso Aquilino Ribeiro – que por sinal anda muito esquecido, – “Quem faz o homem é o céu, é a natureza, é o solo.”
Disse a verdade, esqueceu-se, porém, que também são, os professores, que teve, a sociedade em que vive, e principalmente, os amigos e o meio em que habita.
Dizem, que Sartre, em 1941, fazia parte de grupo de intelectuais, que abordavam: o socialismo e liberdade.
Sartre, como Simone de Beauvoir, lia muito, e lia-lhes o que escrevia. Estes teciam-lhe crudelíssimas críticas. Sartre rasgava, e de novo escrevia… rasgava e rescrevia…
Há quem afirme, que ele não passava de reflexo do grupo, que o rodeava, de tanto reformar os textos.
Não sei se assim é. É porem certo, que somos, em parte, um pouco daqueles que connosco convivem.
Daqui se conclui: devemos escolher os nossos amigos, com o mesmo cuidado como se escolhem livros.
Se os livros são amigos mudos, como dizia Padre Manuel Bernardes; amigos, são livros falantes, que nos ensinam, moldam-nos e levam-nos, pelas veredas do bem ou do mal.
As ideias, os pareceres, as ideologias, são sempre criadas pela leitura e pelo convívio.
Eu sei, que tudo é fruto de épocas. O que agora é certo, amanhã será errado.
O grande Unamuno, em: “ Amor y Pedagogia”, disse: “ Las ideas duram como las corbatas; basta que se gastam o pasam de moda.”
Houve épocas em que se usava, como bordão, a palavra: “pois”; agora emprega-se: “alavancar”. Amanhã, essa forma de expressão, cairá em desuso; outras, surgiram, e será, então bonito, elegante, chique, usá-las.
Tudo passa, tudo tem épocas, tudo tem modas.
Recordo, que certos presos nos Estados Unidos usavam calças a cair. Foi bastante, para que meninos, quisessem usa-las, na escola.
Quem no meu tempo de colegial, teria coragem de andar de calças rotas? Agora é moda, porque todos ou quase todos, usam; até meninas “ pudicas” fazem buracos até às nádegas…E ninguém leva a mal…
Na política, também é assim. A História confirma, que tudo que foi passado, volta. Não há regime ou ideologia, que sempre dure.
O homem deveria ser ele próprio: único; mas não é; É o resultado do meio em que vive, e pensa, como pensa a coletividade.
Há exceções, mas são poucas, muito poucas. E quantas vezes, esses poucos, são os que mudam o mundo…
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