“Abandonado por Deus”. É assim que Joseph Blatter definiu seu sentimento após os escândalos de corrupção naFifa virem à tona. O ex-presidente da entidade que regula o futebol mundial concedeu entrevista ao jornal francês L’Equipe, onde relata alguns detalhes do processo de investigações do FBI.
“Eu ainda estava em casa quando, às 6h10, ouvi a notícia. Fiquei muito chocado e quando cheguei ao meu escritório alguém me disse que seria o próximo. Tinha a sensação de ter sido abandonado. Naquele dia pensei: ‘o bom Deus me abandonou’. Quando algo assim cai sobre a sua cabeça é terrível. Parecia que tudo estava desmoronando. Senti raiva e tristeza. Este dia foi um divisor de águas na minha
vida, um dia para se esquecer”, comentou.
Joseph Blatter enxerga que todas as investigações executadas pelos Estados Unidos contra a corrupção na Fifa têm um motivo: a escolha do Catar para sediar a Copa de 2022. Para o ex-dirigente, se os norte-americanos tivessem sido eleitos para abrigarem o Mundial, os “ataques” não teriam acontecido.
“Se os Estados Unidos tivessem sido eleitos, os norte-americanos não teriam razões para atacar a Fifa, já que teriam o Mundial e eu iria finalizar meus quatro últimos anos de mandato de maneira tranquila”, declarou.
Blatter também explicou o motivo de sua renúncia. Segundo ele, sua saída da Fifa não foi para salvar a sua imagem, mas a imagem da entidade. O ex-dirigente enxerga que a reputação da Fifa ficou vinculada a de uma máfia e por isso acabou colocando seu cargo à disposição.
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