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sábado, 27 de fevereiro de 2016

O Aedes aegypti se adaptou e virou um bicho doméstico, diz cientista da Fiocruz

O mosquito transmissor da zika e da dengue criou resistência a inseticidas e se adaptou bem aos hábitos urbanos
ANA HELENA RODRIGUES, COM MARCOS CORONATO
O mosquito Aedes aegypti é um inimigo terrível da saúde pública, mas tem bem pouco de selvagem. Em vez de rios, prefere água parada, em recipientes pequenos e relativamente limpa. Desloca-se o mínimo possível. "Ele é quase um animal doméstico. Gosta das mesmas coisas que a gente. A gente criou as condições para que um bicho preguiçoso prolifere", diz a bióloga Denise Valle, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz. Os primeiros antepassados do Aedes devem ter surgido há cerca de 220 milhões de anos. Há cerca de 50 milhões de anos, o mosquito já tinha o jeitão atual. Nas últimas centenas de milhares de anos, pegou gosto pelo cheiro e pelo sangue humano. No século XVI, veio da África para as Américas, a bordo de embarcações europeiasO. E, nos últimos 50 anos, mostrou-se um mestre em adaptação ao ambiente urbano. Hoje, o inseto -- transmissor dos vírus dengue, zika e chikungunya – está completamente acomodado às cidades e aos nossos hábitos domiciliares.

O mosquito Aedes aegypti. Esse gênero de insetos surgiu há dezenas de milhões de anos. Nas últimas décadas, adaptou-se bem ao ambiente urbano (Foto: AP Photo/Felipe Dana, File)

Isso não quer dizer que ele seja molenga. Como todo inseto, é casca-grossa. Três dias após a postura, o ovo se torna duro e impermeável. Retém água e nutrientes o suficiente para sustentar uma larva por um ano e meio, até que surjam as condições favoráveis para que ela nasça. Ele também se adaptou a inseticidas e repelentes. “Hoje, não se fala mais em erradicação, pois isso é impossível. Mesmo que conseguíssemos erradicar, não conseguiríamos manter essa situação”, diz Denise. Ela explicou a ÉPOCA detalhes sobre a resistência do mosquito. LEIA TUDO AQUI

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