Jornal do Brasil - De acordo com documento anexado aos autos da Operação Alba Branca, três cooperativas de agricultura familiar formaram um cartel para definir vencedores em licitações de merenda escolar em até 152 municípios paulistas. As informações são da Folha de S. Paulo.
A reportagem aponta que uma planilha que estava em computador da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), de 2013, lista municípios e os contratos que cada um tem com as cooperativas, numa espécie de loteamento.
Ainda segundo o texto, o documento mostra ainda o total da verba para merenda e o valor destinado especificamente à agricultura familiar, que, por lei, pode ser contratado sem licitação.
A Folha destaca que, além da Coaf, são citadas a Coagrosol (Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis) e a Cocer (Cooperativa de Citricultores de Engenheiro Coelho). Em depoimento, o ex-presidente da Coaf Cássio Izique Chebabi, delator na operação, confirmou a combinação de preços.
A reportagem destaca que, à época, as cooperativas tinham contratos com 152 dos 645 municípios paulistas para fornecer itens da merenda. Esses municípios eram responsáveis por R$ 209,8 milhões (48%) do total para gastos com merenda de agricultura familiar, R$ 435 milhões.
"A primeira proposta da Coaf foi de R$ 1,89 por unidade, enquanto a Coagrosol ofertou por R$ 1,25. Dirigentes da Coaf teriam, então, oferecido 30% sobre o valor total do contrato em propinas a operadores e a agentes públicos da prefeitura, segundo contou o ex-funcionário", diz a reportagem, que completa que, ilegalmente, a Coaf mudou seu lance de R$ 1,89 para R$ 1,24, valor necessário para que ganhasse o contrato.
A Folha destaca ainda que representantes da Coagrosol e da Cocer negaram terem feito qualquer acerto com dirigentes da Coaf.
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