PSDB, DEM e PPS negociam uma posição conjunta no julgamento de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara. Nessa primeira fase, em que se discute se o caso deve prosseguir ou ser arquivado, as legendas de oposição planejam votar contra Cunha —a favor da continuidade do processo. Entre as legendas tidas como oposicionistas, apenas o Solidariedade se dispõe a permanecer ao lado de Cunha depois que ele compôs uma fábula para tentar demonstrar que não mentiu ao dizer que não escondia dinheiro em conta bancária no exterior.
Num universo de 21 votos, a oposição controla quatro poltronas no Conselho de Ética. Dois são do PSDB: Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan Júnior (RS). Um é do DEM —Paulo Azi (BA)— e outro é do PPS —Sandro Alex (PR). Parece pouca gente. Mas, como o conselho está dividido, serão votos decisivos. Podem assegurar a continuidade do processo.
A oposição toma distância de Cunha num instante em que o personagem se aproxima do Planalto e de Lula, em busca de proteção. Em privado, Cunha reclama que os rivais de Dilma Rousseff passaram a tratá-lo aos pontapés. Menciona comentário feito pelo senador tucano Aécio Neves há quatro dias: “…As provas são contundentes contra Cunha”, dissera o presidente do PSDB, num encontro tardio com o óbvio.
As queixas de Cunha foram recebidas como um sinal de que ele busca pretextos para trair o acordo tácito que mantinha com a oposição para facilitar a abertura de processo para o afastamento de Dilma. Nesta segunda-feira (9), Cunha reiterou que deve se posicionar até o final do mês em relação ao pedido de impeachment apoiado pela oposição. A peça é subscrita pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, além da advogada Janaína Paschoal.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (PE) havia cobrado de Cunha uma decisão até 15 de novembro. Mas o presidente da Câmara refugou a data. Dá a entender que deve divulgar sua posição apenas depois do dia 20. Antes disso, o PSDB deve reunir sua Executiva Nacional para formalizar o distanciamento em relação a Cunha. O encontro está agendado para a próxima terça-feira (17).
Há um mês, os tucanos haviam se associado aos parceiros de oposição numa nota que defendia o afastamento de Cunha da presidência da Casa. Porém, o texto não resultou em nenhuma providência prática. Blog do BG
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