Com o intuito de estudar os padrões de respingos de sangue, um grupo de pesquisadores da Nova Zelândia, em um estudo controverso, prenderam porcos em uma mesa cirúrgica e atiraram em suas cabeças. Alguns deles ainda estavam vivos.
O estudo foi justificado pelo Instituto de Ciência Ambiental e Pesquisa (ESR), financiado pelo governo do país. De acordo com as declarações oficiais, se traduzirmos os dados para os seres humanos, as descobertas podem ter uso na solução decrimes que envolvem ferimentos de bala.
O objetivo do estudo foi observar o efeito da bala com alguns pontos característicos do tiro, como o sangue, tecido e ossos que são expulsos na direção oposta à bala. Segundo os autores, os cientistas ainda lutam para entender fatores subjacentes a ocorrência de um crime. Conforme descrito no Jornal Internacional de Medicina Legal, pesquisadores da ESR e das universidades de Otago e Auckland, reuniram um número de cabeças de porcos abatidos em um supermercado, ao lado de cinco suínos adultos vivos. Ambos foram submetidos a tratamentos semelhantes: serem baleados na cabeça.
Os animais vivos foram sedados por um veterinário e, em seguida, presos a uma mesa antes de serem baleados, ou com uma pistola ou com um rifle semiautomático. Três levaram tiros a pouco mais de um metro de distância, e dois foram baleados com a arma em contato com a cabeça do porco. Tudo foi gravado com uma câmera de alta velocidade e o material biológico espalhado para fora foi então analisado.
Porém, os grupos de direitos dos animais não estão felizes com a pesquisa. O diretor do laboratório de Departamento de Investigações da PETA, nos EUA,disse: “Atirar em um ser vivo para assistir a respingos de sangue é revoltante, indefensável e apenas parte da má ciência”. Em uma declaração emitida pela organização, os autores dizem que as diferenças anatômicas entre os seres humanos e os animais ‘não podem ser ignoradas’. Eles também destacam uma análise recente que questionou a utilidade de modelos animais em ciência forense, devido à inaplicabilidade dos resultados.
Os cientistas da Universidade de Otago e do ESR defendem a pesquisa, assegurando que ela foi aprovada por um comitê de ética e conduzida de forma humana.
O porta-voz da ESR, Stephen Corbett, disse à imprensa que a equipe já tinha usado outras técnicas para estudar os respingos, como modelagem de computador e manequins, mas, aparentemente, estes métodos eram inadequados, neste caso, e os pesquisadores lutaram para obter os dados que precisavam, buscando animais vivos.
Corbett ainda acrescenta que os suínos foram escolhidos por conta de semelhanças com os seres humanos em termos de pele e propriedades do osso, embora a adaptação ainda pareça questionável, pois seus cérebros são significativamente menores do que os de seres humanos e seus crânios muito mais espessos.
Apesar dos pesquisadores expressarem a necessidade do uso dos porcos, ela ainda permanece questionável. Apesar das inúmeras críticas, os pesquisadores disseram já possuir os dados que precisavam e não realizarão tais estudos novamente. Fonte: IFLS Foto: Reprodução / IFLS
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