Franck Fife/AFP
A imagem feita em setembro de 2009 mostra um funcionário do grupo francês Carmat inspecionando um coração artificial igual ao do paciente que, agora, faleceu
O segundo paciente na França a receber um coração artificial de última geração morreu oito meses após a cirurgia, informou a empresa de biotecnologia Carmat.
O homem, de 69 anos, que preferiu não se identificar, estava gravemente doente quando recebeu o coração experimental, visto como uma solução de longo prazo para pacientes com insuficiência cardíaca em fase terminal.
Carmat, a empresa que projetou o chamado coração artificial mais avançado do mundo, disse que o paciente deu entrada no hospital na sexta-feira com um "colapso circulatório".
Uma equipe médica percebeu que o coração não estava funcionando corretamente e transplantou um novo aparelho, mas o paciente morreu no sábado de complicações pós-operatórias.
Corações artificiais são usados há anos como uma correção temporária para pacientes com problemas cardíacos crônicos.
Apesar disso, a empresa Carmat espera descobrir uma solução de longo prazo para os milhares de pacientes que sofrem de doenças cardíacas - principal causa de morte em todo o mundo - e não estão aptos a receber um transplante.
O aparelho, implantado no tórax do paciente, é uma mistura de materiais sintéticos e tecido animal, e tem como objetivo imitar a forma e a função de um coração humano saudável.
Usa biomateriais leves para diminuir o risco de formação de coágulos sanguíneos e rejeição pelo sistema imunológico, e funciona com uma fita de baterias de lítio.
O primeiro teste do aparelho da Carmat, feito em um homem de 76 anos, terminou em 2 de março com a morte do paciente após dois meses e meio.
O segundo paciente disse em uma entrevista na mídia francesa há um mês que se "recuperou" a ponto de conseguir passear de bicicleta.
Cerca de 100.000 pessoas na Europa e nos Estados Unidos precisam de um transplante de coração, de acordo com a Carmat, mas apenas cerca de 4.000 corações são viáveis para transplante.
Os testes da empresa francesa abarcam quatro pessoas. Um terceiro paciente foi confirmado na semana passada como receptor de um coração artificial.
A primeira fase dos testes será considerada um sucesso caso os pacientes sobrevivam um mês após o transplante. A Carmat vai, então, começar a segunda fase dos testes clínicos com 20 pacientes.
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