Uma chuva "inteligente" teria destruído contratos investigados pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público em Camapuã, no Mato Grosso do Sul. Segundo reportagem do Fantástico, os documentos, que somavam mais de R$ 8 milhões, eram relacionados a obras realizadas no município, como as do polo industrial da cidade, que contaria apenas com galpões até então. “Essa empresa, que está realizando obras no parque industrial aqui do município, ela recebeu dois pagamentos na ordem de R$ 500 mil e pouco. Pelo volume de dinheiro que essa empresa movimentou, é algo sem cabimento”, diz o vereador Giovani Rocha. No endereço informado à Receita Federal pela empresa que executou as obras, haveria apenas uma casa que, segundo o vereador, é de um ex-secretário e atual assessor da prefeitura. Outra empresa, a 2A, teria cerca de R$ 5 milhões de contratos para asfaltamento da cidade. De acordo com o coordenador da Gaeco no estado, Marcos Alex Veras, as investigações começaram no ano passado, quando o MP solicitou as licitações, pagamentos e outros documentos relacionados aos contratos. “O que nos chamou a atenção foi a justificativa apresentada pelo então procurador jurídico do município, Maurício Duailibi, para justificar o extravio desses documentos. Simplesmente ele alegou que dez caixas de documento teriam sido danificadas por água da chuva. Esses documentos foram levados para secar no sereno em uma situação inusitada e, por uma razão não explicada, ainda sumiram da prefeitura da noite para o dia”, contou Veras. As chuvas teriam caído no dia 10 de março de 2014, mas o boletim de ocorrência demorou a ser feito. “O registro da ocorrência do extravio desses documentos se deu somente 60 dias após o evento chuva e após o Ministério Público ter cobrado por várias vezes que se enviasse essa documentação”, diz o coordenador. BN
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