Leandro Prazeres*Do UOL, em Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a criticar o governo nesta quarta-feira (20) e disse que o Brasil "anunciado" em 2014 "era apenas um Brasil para campanha eleitoral".
A declaração foi feita após a reunião realizada por ele e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com governadores de Estados sobre o pacto federativo. Renan apoiou a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à reeleição em 2014.
Renan e Cunha comandaram uma reunião com 27 governadores de Estados e do Distrito Federal no Congresso Nacional.
Após uma série de críticas feitas pelos mandatários em relação ao pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo federal ao Congresso, Renan disse lamentar que o Brasil "real" seja diferente do que foi apresentado em 2014, fazendo menção às eleições presidenciais de 2014.
"Aquele Brasil projetado em 2014, aquele não é o Brasil que estamos vivendo hoje. Esse Brasil que estamos vivendo hoje, ele precisa de, entre outras coisas, garantir equilíbrio do pacto federativo. Aquele Brasil era um Brasil para campanha eleitoral", afirmou.
Questionado se estaria arrependido do apoio dado à Dilma durante as eleições de 2014 e se a presidente teria cometido "estelionato eleitoral", Renan Calheiros se manteve calado.
Nos últimos meses, o tom das críticas de Renan ao governo tem subido, sobretudo em relação ao pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo no início do ano.
Em abril, Renan chegou a dizer que o governo tenta transferir o "ajuste" para os trabalhadores, numa crítica aberta às medidas que o Planalto tenta adotar para superar a crise econômica.
Ao comentar a decisão da presidente Dilma de não fazer o tradicional pronunciamento em rede nacional de TV no Dia do Trabalhador, Renan disse que a presidente havia optado por não falar na TV por não ter o que dizer e disse que "as panelas precisam se manifestar", em uma alusão aos panelaços registrados nos últimos meses.
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