Foto: Divulgação
Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR)
Lideranças de oposição no Congresso dizem que, diferentemente do que ocorreu com as cinco CPIs que tiveram a Petrobras como alvo nos últimos 25 anos, uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito no ano que vem poderá apresentar resultados mais concretos desta vez. Os oposicionistas afirmam que dão fôlego a uma nova CPI o envolvimento de parlamentares com o esquema de corrupção na estatal e até a decisão da cidade de Providence, capital do estado norte-americano de Rhode Island, de ter incluído em uma das ações contra a companhia a presidente Dilma Rousseff, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo neste sábado, 27. Além de Dilma, 11 autoridades e empresários são arroladas como “pessoas de interesse” da ação. Entre elas, o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário Jorge Gerdau e o executivo Fábio Barbosa, presidente do Grupo Abril, todos eles ex-integrantes do Conselho de Administração da Petrobras. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que, ao contrário das investigações anteriores, não há como a base do governo tentar “acobertar” os desmandos da estatal. “Isso caiu por terra porque a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal começaram a agir e atropelaram a base do governo em relação a essas denúncias”, disse. Para o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), não há como a base aliada votar contra “evidências contundentes” de irregularidades contra a estatal. Ele considerou como um “fato inédito” o fato de um caso de corrupção no Brasil ser objeto de um pedido de abertura de processo nos EUA contra uma empresa estatal brasileira. A situação da oposição, porém, não está confortável diante das denúncias da Operação Lava Jato. O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, afirmou em um dos depoimentos da delação premiada que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB e ex-senador que morreu em março deste ano, recebeu R$ 10 milhões de uma empreiteira do esquema para que os tucanos ajudassem a esvaziar a CPI da Petrobras que funcionou no Congresso no ano de 2009. A direção do PSDB nega que o partido tenha colaborado para enterrar a apuração.
Ricardo Brito e Rafael Moraes Moura, Agência Estado
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