A Justiça do Rio decretou, nesta terça-feira (16), a prisão preventiva do assassino Saílson José das Graças, de 26 anos – que confessou 43 mortes à polícia, das quais sete já foram confirmadas. A decisão do juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal, da Comarca de Nova Iguaçu, vale também para a mulher de Saílson, Cleusa Balbina de Paula e o ex-marido dela, José Messias. O três já estavam presos desde quinta-feira (11).
Sailson continuava preso na Polinter nesta terça-feira e deve ser transferido para um presídio até o fim desta semana. Os outros dois investigados já haviam sido transferidos para presídios do estado.
Na decisão, o juiz considera a "periculosidade" do trio para justificar a necessidade da prisão preventiva a fim de que eles permaneçam em cárcere enquanto durar a investigação.
"Isto porque, se as circunstâncias concretas indicam, até então, o envolvimento significativo dos agentes na empreitada criminosa, a periculosidade e o risco de reiteração delitiva, está plenamente justificada a prisão cautelar dos três indiciados", diz o texto da decisão.
O juiz reforça que os investigados não têm "condições" de ficar em liberdade. "Há gravíssimo risco à ordem pública se qualquer dos indiciados forem prematuramente solto".
A princípio, Saílson deve ser indiciado por 11 crimes — sete homicídios e quatro tentativas. A polícia tenta confirmar as demais mortes confessadas pelo criminoso.
Mãe se desculpa
A mãe de Sailson pediu desculpas às famílias das vítimas e disse que não perdoa o filho. A informação foi divulgada no Jornal Extra desta terça-feira (16).
“O que ele fez tem que pagar, ne? O que a gente fez a gente não aceita essas coisas, não. Deus me livre, não dá para sentir pena de uma pessoa assim, não. Pedir desculpas, né, que eu não esperava uma coisa dessa, né, ele vai ter que pagar pelo o que ele fez, né?”, disse a mãe de Sailson.
Mulher sobrevive a ataque
"Eu tenho medo do escuro, tenho medo de mato, tenho medo de sair de casa, tenho medo de tudo". O relato é de uma jovem mãe de 23 anos que pode ter sido uma das vítimas de Sailson José das Graças, assassino confesso que diz ter matado mais de 40 pessoas em nove anos. Ela esteve da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense nesta segunda-feira (15) para prestar depoimento.
A mulher, que não quer ser identificada, contou que foi surpreendida, enquanto dormia, por um homem que tentou enforcá-la. "Ele sentou em cima de mim e começou a apertar o meu pescoço. Meu filho começou a chorar, eu tentei me livrar dele, mas não consegui. Minha avó acordou com o choro do menino e quando ela abriu a porta ele fugiu", disse. Ela destacou que a ação do criminoso durou entre cinco e dez minutos.
A jovem afirma que não viu o rosto do agressor. Diz se lembrar que era um homem negro, que vestia roupas escuras. Ele não trocou palavras com ela, sequer fez ameaças. Ela também não sabe dizer se ele estava armado. Somente depois que ele fugiu ela percebeu que estava sangrando. "Ele me deu golpes no pescoço e no céu da boca", contou. O filho, que à época tinha aproximadamente quatro meses, também foi levemente ferido no pescoço.
Questionada se seria mesmo Sailson quem a atacou, ela reitera que não ser capaz de identificá-lo. "O quarto estava escuro e eu não o vi. Eu desconfiei [que seja Sailson] porque [o que aconteceu comigo] foi muito parecido com o que as outras vítimas estão falando", disse.
Quando o crime ocorreu, a jovem morava com parentes em uma casa em construção no Bairro Santa Rita, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Com o trauma, ela se mudou de lá e, mesmo com Sailson preso, teme que possa ser vítima de novo ataque.
"Eu me sinto uma sortuda de ter sobrevivido. Foi graças à minha avó e a Deus. Minha avó, praticamente uma idosa, foi quem me salvou", disse.
À época, a mulher chegou a prestar queixa à polícia, mas as investigações não foram para frente. Ela destacou nunca ter visto Sailson nas ruas da cidade. "Se passou por mim, nunca me chamou a atenção", disse.
O caso da jovem é um dos 11 crimes pelos quais, segundo a polícia, Sailson deve ser indiciado. O número se refere a sete homicídios consumados e a quatro tentativas de homicídio. Fonte: Com Informações do G1
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