A presidente da Petrobras, Graça Foster, confirmou nesta quarta-feira (17) que conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre a sua própria demissão e sobre a saída dos outros diretores da empresa. Segundo ela, o assunto foi tratado algumas vezes com a chefe de Estado, devido às investigações da Operação Lava Jato e ao atraso que isso tem causado ao fechamento do balanço financeiro do terceiro trimestre da empresa. “A coisa mais importante para esta diretoria é a Petrobras. É muito mais importante que o meu emprego. Não vou dizer o que a presidente me respondeu [sobre ter colocado o cargo à disposição]. Isso é ela que tem que dizer. Mas hoje estou aqui, presidente da Petrobras, e vou continuar enquanto contar com a confiança da presidenta [Dilma] e ela entender que eu deva ficar”, disse Foster. Ela defendeu ainda que “não conseguiria trabalhar” sem a atual diretoria e que se sente motivada para recuperar a credibilidade da empresa. “Temos um time. Temos uma forma de trabalhar muito próxima. Compartilhamos as dificuldades e nossas preocupações. Os diretores têm liberdade para tomar a decisão que quiserem, mas estamos juntos enfrentando essa situação”, afirmou. Segundo Graça, a Petrobras contratou dois escritórios de advocacia, um brasileiro e outro americano, para investigar, de forma independente, ela, a atual diretoria e os gerentes executivos. “Esses contratados entram na sua sala, abrem seu armário, entram no seu computador, no seu iPad. É uma investigação apolítica, que vai à raiz da sua vida profissional. É algo que a gente espera com muita ansiedade”, afirmou Graça. De acordo com a Agência Brasil, a divulgação do balanço do terceiro trimestre da empresa foi adiada, inicialmente para o final de janeiro de 2015, devido às informações que estão surgindo nos depoimentos dados na Polícia Federal e nas delações premiadas. A ideia é avaliar se será necessário reestimar o patrimônio da empresa. BN
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