Vanessa Barbosa, de Exame.com/Getty Images
São Paulo – O espinafre é famoso na cultura popular por ser o elixir da superforça do marinheiro Popeye. Mas, para um grupo de cientistas, a hortaliça guarda um poder ainda maior: a capacidade de converter a luz solar em um combustível renovável, limpo e ultra eficiente.
Em estudo recentemente publicado na revista científica Science pesquisadores avaliam o potencial das proteínas envolvidas na fotossíntese, o processo pelo qual as plantas convertem a energia solar em hidratos de carbono, base alimentar dos processos celulares.
Cientistas da Universidade de Purdue, nos EUA, um dos centros envolvidos no estudo, extraíram de um espinafre comum, encontrado em supermercados, um complexo de proteína chamado fotossistema II.
Em laboratório, os pesquisadores "excitaram" este complexo de proteína com um laser (que faz as vezes da luz solar) e registraram as mudanças na configuração eletrônica das moléculas.
"As proteínas que estudamos são parte do sistema mais eficiente já construído, capaz de converter a energia do sol em energia química, com uma inigualável eficiência de 60 por cento", disse Yulia Pushkar, professora assistente de física envolvida na pesquisa.
Ao compreender melhor como a fotossíntese natural funciona, os pesquisadores esperam alavancar o desenvolvimento de tecnologias limpas a partir da fotossíntese artificial, gerando combustíveis renováveis e limpo.
Não é a primeira vez que o espinafre aparece como promessa energética. Em 2012, cientistas da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, turbinaram a produção de energia solar com esse tipo de hortaliça.
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