REDAÇÃO ÉPOCA COM AGÊNCIA BRASIL
PÉSSIMOS LENÇÓIS O petista André Vargas. Estrela ascendente, ele foi exposto por sua relação com o doleiro preso (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)
O Conselho de Ética da Câmara aprovou na noite desta teça-feira (29) o relatório preliminar que recomendou a continuidade do processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra o deputado e ex-vice-presidente da Câmara André Vargas. Vargas, ex-PT Paraná, é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato. A polícia investigava um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$10 bilhões. O deputado é acusado de tráfico de influência no Ministério da Saúde e admitiu tervoado no jatinho
O relatório preliminar foi aprovado por 13 votos à zero. Agora, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) dará continuidade ao relatório que vai recomendar ou não a cassação de Vargas. Tem início, agora, a fase de investigação do processo, durante a qual serão tomados depoimentos de testemunha.
Em nota na última sexta-feira (25), ao anunciar sua desfiliação do PT, Vargas declarou acreditar que os deputados vão assegurar a ele todas as prerrogativas da ampla defesa: “Confio na isenção, imparcialidade e tratamento isonômico da Câmara em relação ao meu caso, reafirmando a minha crença na Democracia e no Estado de Direito", disse. A desfiliação de Vargas ocorreu após pressão do próprio partido: “Não quero prejudicar Padilha, que é meu amigo”, afirmou Vargas em conversa reservada.
A votação de ontem teve de ser prorrogada por duas vezes e, em uma das ocasiões, o relator Júlio Delgado chegou a supor que ela só ocorreria no dia seguinte. Antes do início da votação, Delgado reclamou da ausência dos quatro deputados titulares do PT e de seus suplentes: “O deputado André Vargas saiu do PT, mas o partido não saiu do processo”, disse.
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